Estudo revela maior incidência de dengue em cidades de temperaturas elevadas

Uma recente pesquisa realizada por especialistas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) revelou uma correlação intrigante entre as temperaturas mínimas diárias e os casos de dengue em diversas cidades de Minas Gerais. Os resultados desse estudo, publicados na segunda-feira (25) na revista Cadernos da Saúde Pública, oferecem insights valiosos sobre os padrões climáticos que influenciam a propagação dessa doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Minas Gerais tem sido um dos epicentros da dengue este ano, com uma incidência significativa de casos prováveis da doença. O estudo da UFJF revelou que as cidades com média de temperaturas mínimas diárias mais elevadas experimentaram uma maior quantidade de casos de dengue ao longo de uma década. Essa relação, porém, não é linear, como destacam os pesquisadores.

Correlação Não Linear

Os pesquisadores identificaram uma relação não linear entre a incidência de dengue e a temperatura mínima da atmosfera. Em outras palavras, o aumento da temperatura não resulta necessariamente em um aumento proporcional dos casos de dengue. Na verdade, o estudo aponta que o frio moderado e extremo pode atuar como um fator protetivo, enquanto o calor moderado está associado a um maior risco de infecções.

Dengue

A análise abrangeu um extenso levantamento de variação de temperatura média diária ao longo de uma década, em 66 microrregiões de Minas Gerais. No entanto, apenas 38 dessas regiões foram consideradas, devido à insuficiência de casos de dengue para análise em algumas áreas. Os dados climáticos foram obtidos do ECMWF, enquanto os dados sobre casos de dengue foram do DataSUS.

Temperaturas Mínimas e Sobrevivência do Mosquito da Dengue

As temperaturas mínimas desempenham um papel crucial na sobrevivência do Aedes aegypti e na propagação do vírus da dengue. Estudos anteriores já estabeleceram que a faixa de temperatura ideal para o desenvolvimento do mosquito está entre 16 °C e 34 °C. Temperaturas mais baixas podem limitar a movimentação das larvas e até mesmo incapacitar o mosquito adulto.

Embora as temperaturas sejam um fator importante, os pesquisadores ressaltam que outros elementos também influenciam a incidência de dengue, como acesso à saúde, saneamento básico, campanhas de prevenção e urbanização. Esses fatores podem modificar a dinâmica da doença em diferentes regiões.

O estudo da UFJF oferece insights valiosos para identificar regiões com maior risco de casos de dengue, especialmente considerando a natureza cíclica das epidemias. A compreensão da dinâmica da doença pode orientar ações preventivas e estratégias de combate ao mosquito transmissor.

Impacto das Mudanças Climáticas

Além dos fatores locais, as mudanças climáticas globais também desempenham um papel significativo na propagação da dengue. O aumento das temperaturas, associado à urbanização incompleta e eventos climáticos extremos, está favorecendo a expansão da doença para o interior do Brasil e além.

Os registros de casos autóctones de dengue em países europeus, como França, Espanha e Itália, evidenciam os impactos globais das mudanças climáticas nas doenças infecciosas transmitidas por mosquitos. Esses eventos destacam a urgência de medidas preventivas e de adaptação para enfrentar os desafios emergentes de saúde pública.

Em resumo, o estudo da UFJF não apenas lança luz sobre a complexa interação entre temperatura e incidência em Minas Gerais, mas também ressalta a necessidade de abordagens integradas e globais para enfrentar os desafios impostos pela mudança climática e pela propagação de doenças infecciosas.

O estudo da UFJF não apenas lança luz sobre a complexa interação entre temperatura e incidência de dengue em Minas Gerais, mas também ressalta a necessidade de abordagens integradas e globais para enfrentar os desafios impostos pela mudança climática e pela propagação de doenças infecciosas. Diante do aumento contínuo dos casos, a pesquisa destaca a importância de medidas preventivas e de adaptação, tanto em nível local quanto global, para mitigar os impactos da dengue e de outras doenças transmitidas por mosquitos.

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