O Dia das Crianças é uma das datas mais aguardadas do calendário brasileiro, mas sua origem e curiosidades ainda são pouco conhecidas pela maioria das pessoas. Para muitos, é sinônimo de presentes, brincadeiras e tempo em família, mas a história por trás da celebração é muito mais rica.
Oficialmente instituída em 1924 no Brasil, a data só ganhou popularidade décadas depois, quando o comércio percebeu nela uma oportunidade de estimular a economia com campanhas voltadas para o público infantil. Ao longo do tempo, o dia passou a carregar não apenas a função de movimentar lojas e brinquedotecas, mas também de valorizar a infância, ressaltar a importância do cuidado, do carinho e da educação.
O curioso é que, em cada canto do mundo, a infância é celebrada em diferentes dias, com costumes variados e até mesmo com mensagens políticas e sociais. Assim, o Dia das Crianças se transforma em um espelho das culturas, refletindo o olhar que cada sociedade tem sobre o futuro de sua nação: as crianças. Por trás dessa data festiva, há curiosidades históricas, culturais e sociais que ajudam a entender por que ela se consolidou como um marco especial.
Como surgiu o Dia das Crianças no Brasil
O Dia das Crianças foi instituído no Brasil por meio do Decreto nº 4.867, assinado pelo presidente Arthur Bernardes em 1924, após uma proposta do deputado federal Galdino do Valle Filho. Apesar da oficialização, a data permaneceu quase esquecida durante décadas, sem grande repercussão popular. Foi somente nos anos 1960, graças a uma campanha publicitária da indústria de brinquedos — liderada pela Estrela e pela Johnson & Johnson — que a celebração ganhou força. Essa ação ficou conhecida como a “Semana do Bebê Robusto”, e deu origem à tradição de presentear as crianças nessa data.
Por que 12 de outubro?
O Brasil é um dos poucos países que celebra o Dia das Crianças em 12 de outubro. A escolha da data não foi aleatória: além de atender ao decreto de 1924, ela acabou sendo reforçada por coincidir com o feriado religioso de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Assim, o dia passou a carregar um duplo significado: festa religiosa e valorização da infância. É por isso que, até hoje, em muitas cidades, o Dia das Crianças é marcado tanto por programações religiosas quanto por eventos culturais e recreativos.

O Dia das Crianças pelo mundo
Uma curiosidade interessante é que o Dia das Crianças não é celebrado ao mesmo tempo em todos os países. Na China, por exemplo, a data ocorre em 1º de junho, enquanto no México e em diversos países latino-americanos, o Dia del Niño é comemorado em 30 de abril. Já a ONU instituiu o dia 20 de novembro como o Dia Universal da Criança, em alusão à aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, em 1959, e da Convenção dos Direitos da Criança, em 1989. Essas diferenças mostram que, embora a data seja universalmente reconhecida, cada país a adapta a sua realidade cultural, histórica e social.
A força do mercado infantil
Não há como negar: o Dia das Crianças também se tornou uma das datas mais importantes para o comércio brasileiro. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio, é o terceiro período de maior movimentação no varejo, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. Além de brinquedos, cresce a procura por roupas, calçados, eletrônicos e até experiências, como viagens e passeios em parques. A data, portanto, representa não apenas uma celebração, mas também uma engrenagem fundamental da economia nacional.
Brincadeiras e memórias afetivas
Apesar do apelo comercial, o Dia das Crianças também é um convite à nostalgia. Muitas pessoas lembram-se de como passaram a data na infância: recebendo presentes simples, participando de gincanas na escola ou passando a tarde brincando com amigos e familiares. Hoje, mesmo com o avanço da tecnologia e o domínio dos jogos eletrônicos, ainda há um movimento que resgata brincadeiras tradicionais como amarelinha, esconde-esconde, pega-pega e soltar pipa, reafirmando que a infância vai muito além de presentes.

O valor simbólico da infância
Mais do que presentes, o Dia das Crianças é uma oportunidade de reflexão sobre o cuidado e a proteção da infância. Organizações sociais, escolas e igrejas aproveitam a data para promover campanhas de conscientização sobre os direitos das crianças, como acesso à educação, alimentação saudável, lazer e proteção contra a violência. Assim, a data também assume um caráter social, lembrando que cada criança representa o futuro de sua comunidade e merece atenção especial.
Curiosidades pouco conhecidas
Pouca gente sabe, mas o Brasil foi o primeiro país a instituir oficialmente um Dia das Crianças. Outro detalhe interessante é que o Japão comemora não apenas uma, mas duas datas relacionadas à infância: o Dia dos Meninos (5 de maio) e o Dia das Meninas (3 de março), ambos repletos de simbolismos culturais. Já na Turquia, o Dia da Criança é celebrado em 23 de abril, junto com o Dia da Soberania Nacional, destacando a importância política da infância para o futuro do país.
O Dia das Crianças é uma data que combina história, cultura, religiosidade, economia e afeto. Mais do que um simples momento de consumo, ele carrega mensagens profundas sobre a importância da infância como fase essencial da vida. No Brasil, a união entre a tradição religiosa e o decreto político transformou o 12 de outubro em uma data única, com significados múltiplos. Ao redor do mundo, as diferentes formas de celebração reforçam a ideia de que, embora cada cultura tenha sua forma de enxergar a infância, todas reconhecem seu valor imensurável.
Celebrar o Dia das Crianças é, portanto, um ato de esperança: a crença de que cada sorriso, cada brincadeira e cada gesto de carinho se transformam em sementes de um futuro mais justo e humano. É também um lembrete de que o verdadeiro presente não está apenas nas lojas, mas na dedicação, no cuidado e na valorização daqueles que representam o amanhã.
Leia também:
- 5 fatos curiosos sobre a Grécia que quase ninguém conhece
- Secretaria de Educação de São José do Cedro continua nesta sexta com programação especial alusiva ao Dia das Crianças