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Crise no leite: produtores pagam para trabalhar enquanto consumo urbano despenca

Alesc vai promover uma audiência pública para discutir a crise enfrentada pelos produtores de leite no estado

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A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) vai promover, no dia 12 de novembro, uma audiência pública para discutir a crise enfrentada pelos produtores de leite no estado. O encontro, proposto pelo deputado Altair Silva (PP) e aprovado pela Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural, pretende reunir representantes do setor produtivo, cooperativas, indústrias e órgãos públicos em busca de soluções para um cenário que ameaça a sobrevivência de milhares de famílias no campo.

Atualmente, produzir leite em Santa Catarina custa cerca de R$2,20 por litro, enquanto o valor pago ao produtor não passa de R$2,05. O resultado é um déficit de 15 centavos por litro, segundo Altair Silva.

“Os produtores estão pagando para trabalhar. Precisamos buscar soluções urgentes para essa realidade, que compromete a renda e a sobrevivência das famílias catarinenses que vivem da atividade leiteira”, alertou o parlamentar, que preside o colegiado.

O contraste é ainda mais evidente para o consumidor urbano: nas prateleiras dos supermercados, uma caixa de leite pode ser encontrada por menos de R$4. A queda no poder de compra das famílias — agravada pela estagnação da renda e pela alta dos custos de vida — também reflete na retração do consumo, afetando toda a cadeia produtiva.

O resultado é uma equação desequilibrada: o preço final ao consumidor recua, enquanto o custo de produção no campo dispara.

De acordo com o requerimento aprovado pela Alesc, a audiência busca promover um debate amplo sobre o tema, discutindo medidas de enfrentamento e políticas de apoio ao setor. A intenção é “construir caminhos que garantam a continuidade da produção e preservem a dignidade dos agricultores”, destaca o documento.

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A crise atinge diretamente mais de 20 mil famílias catarinenses que dependem da cadeia leiteira. Embora Santa Catarina tenha registrado, em 2024, a maior produção da série histórica — 3,3 bilhões de litros, consolidando-se como o quarto maior produtor de leite do país, a rentabilidade da atividade caiu drasticamente.

Dados da Epagri mostram que o estado responde por mais de 9% da produção nacional, concentrada sobretudo na região Oeste, responsável por cerca de 75% do total.

Para o deputado Altair Silva, a situação exige ação conjunta entre poder público e setor produtivo.

“Os produtores enfrentam dívidas sendo executadas pelos bancos e dificuldades para manter o giro financeiro das propriedades. O poder público está atento e buscando alternativas. Somos parceiros dos nossos produtores na construção das melhores soluções para esse problema”, afirmou.

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