Correios anunciam plano de reestruturação com empréstimo de R$ 20 bilhões e novo PDV para equilibrar as finanças até 2027.
Os Correios apresentaram, nesta quarta-feira (15), o primeiro pacote de medidas do novo plano de reestruturação financeira e operacional, voltado à modernização e sustentabilidade da estatal. Entre as ações, está a negociação com bancos para obter um empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional, para equilibrar as contas no biênio 2025-2026 e permitir que a empresa volte a gerar lucro a partir de 2027.
De acordo com o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, no cargo há apenas 21 dias, um dos principais fatores que levaram à crise foi a falta de adaptação ao avanço do comércio eletrônico. “A empresa não se ajustou de forma ágil a essa nova realidade, o que reduziu nossa competitividade, afetou as receitas e comprometeu os resultados operacionais”, afirmou.
O dirigente também citou o Postalis, fundo de pensão dos funcionários da estatal, como um dos principais desafios financeiros da empresa. Segundo ele, será necessário encontrar “uma solução mais equilibrada” para reduzir os custos gerados pelo fundo.
Entre as medidas anunciadas, estão o corte de despesas administrativas e operacionais, o lançamento de um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV) e a venda de imóveis ociosos. O objetivo é otimizar a estrutura da estatal e gerar recursos para aliviar o caixa. “O programa de demissão voluntária será implementado de forma estratégica, observando as áreas com ineficiência e ociosidade, sem comprometer a capacidade operacional”, explicou Rondon.
A estatal também pretende renegociar contratos com fornecedores, buscando melhores condições sem riscos jurídicos, e diversificar o portfólio de serviços, incluindo novas ofertas financeiras e de seguridade. “As empresas que se mantiveram lucrativas ampliaram seus serviços. Esse é o caminho que queremos seguir”, destacou o presidente.
A operação de crédito de R$ 20 bilhões será usada para financiar todas as etapas do plano de reestruturação. A meta é equilibrar as finanças entre 2025 e 2026 e iniciar um novo ciclo de lucros em 2027. “Queremos que, a partir de 2027, os Correios estejam em situação estável e voltando a dar lucro”, afirmou.
Após registrar prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, a empresa já havia anunciado medidas emergenciais, como redução de jornada, suspensão de férias e fim do trabalho remoto, além de um PDV anterior que resultou na saída de 3,5 mil empregados, com economia anual estimada em R$ 750 milhões. Agora, segundo Rondon, as ações são estruturais e voltadas ao futuro.
Questionado sobre a possibilidade de privatização, o presidente descartou a hipótese no curto prazo. “Nosso foco é restabelecer o equilíbrio financeiro e mostrar que a empresa é viável. Os Correios têm capacidade de gerar receita suficiente para pagar suas despesas e voltar a crescer”, garantiu.
A estatal segue como uma das maiores empresas públicas do país, com presença em 100% dos municípios brasileiros, mais de 10 mil agências de atendimento, 8 mil unidades operacionais, 23 mil veículos e 80 mil empregados diretos.

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