Uma das maiores curiosidades sobre os aviões reside no tipo de combustível que impulsiona essas incríveis máquinas pelos céus. Embora seja comum saber que as aeronaves de grande porte usam querosene de aviação e as de pequeno porte, gasolina, as nuances entre essas versões e os combustíveis convencionais são notáveis. Vamos entender um pouco mais agora sobre o combustível usado em aviões e outras alternativas mais amigáveis ao meio ambiente.
Atualmente, o querosene de aviação é o combustível predominante na aviação comercial. Produzido através de um refinamento específico, conhecido como “fracionamento por destilação atmosférica,” ele se diferencia significativamente do querosene comum. Esse processo, que vaporiza hidrocarbonetos até o ponto mais elevado de ebulição do petróleo, varia pouco entre as diferentes marcas.
Existem três tipos principais de querosene de aviação: Jet A, Jet A-1 e Jet B. O Jet A, presente em aeroportos de climas mais frios, como o Canadá, tem um ponto de congelamento de -40ºC e é adequado para climas extremos, graças a aditivos como antioxidantes e inibidores de congelamento. Já o Jet A-1, conhecido no Brasil como QAV-1, é o querosene tradicional utilizado em motores a turbina, sem os mesmos aditivos do Jet A e com ponto de congelamento de -47ºC. Por fim, o Jet B é altamente volátil e suporta temperaturas extremas, sendo utilizado em regiões como a Groelândia e a Sibéria.
Além disso, existe a gasolina de aviação, denominada AVGAS, que compartilha semelhanças com a gasolina de automóveis, diferenciando-se principalmente na octanagem e na pureza, sem misturas como etanol e chumbo. Utilizada em aviões menores, como monomotores agrícolas e aeronaves de competição, a AVGAS oferece desempenho específico para essas aplicações especializadas.
Além dos combustíveis convencionais, a aviação está se voltando para alternativas mais ecológicas, impulsionando a busca por combustíveis de aviação sustentáveis (SAF). Estes inovadores combustíveis são produzidos a partir de fontes renováveis, como óleo de cozinha usado e resíduos sólidos urbanos, destacando-se como uma solução eficaz para reduzir as emissões de CO2 no setor.
O processo de fabricação de SAF envolve a transformação de matérias-primas renováveis em um combustível de aviação compatível com os motores existentes. Óleo de cozinha descartado e resíduos sólidos urbanos são convertidos em biocombustíveis que não apenas contribuem para a redução das emissões, mas também oferecem uma forma inovadora de reutilizar recursos antes considerados como resíduos.
Estudos indicam que o uso de SAF pode resultar em uma diminuição impressionante de até 80% nas emissões de CO2 em comparação com o querosene de aviação tradicional. Essa mudança representa um passo significativo em direção a práticas mais sustentáveis na aviação, alinhando-se às crescentes preocupações globais com o meio ambiente.
Além da abordagem voltada para combustíveis mais verdes, a aviação está explorando ativamente a eletrificação como uma alternativa promissora. Testes estão em andamento para a introdução de aeronaves elétricas ou híbridas, marcando uma transição emocionante em direção a uma aviação mais limpa e eficiente.
A eletrificação na aviação envolve a integração de motores elétricos ou sistemas de propulsão híbridos, visando reduzir significativamente as emissões de gases poluentes. Essa transição para a eletrificação não apenas busca atender às exigências cada vez mais rígidas de sustentabilidade, mas também promove a inovação tecnológica no setor aeroespacial.
Em um cenário onde a busca por alternativas verdes é crucial, a aviação está se reinventando para decolar em direção a um futuro mais sustentável e ecologicamente consciente. À medida que as tecnologias evoluem, é provável que testemunhemos uma transição significativa no setor, com a energia elétrica emergindo como uma forte candidata para impulsionar as aeronaves futuramente.