Comunidade do Oeste leva demandas à Alesc Itinerante em São Miguel

Durante a semana, São Miguel do Oeste foi palco de uma experiência rara e significativa: o Parlamento Catarinense chegou até a comunidade por meio do programa Alesc Itinerante, aproximando deputados estaduais da população do Extremo Oeste. A iniciativa foi marcada não apenas por votações importantes, como a aprovação do projeto que trata da circulação de tratores em rodovias, mas principalmente pela participação ativa de moradores, estudantes e entidades sociais que aproveitaram a ocasião para apresentar suas reivindicações.

Produtor chega de trator e celebra conquista de projeto aguardado há anos

O agricultor Simão Balbinot, de uma comunidade rural próxima, se deslocou até a sede da Unoesc dirigindo o próprio trator — e com um objetivo claro: acompanhar de perto a aprovação do PL 214/2024, que trata da sinalização das rodovias estaduais onde há circulação frequente de máquinas agrícolas.

Proposto pelos deputados Altair Silva (PP) e Oscar Gutz (PL), o projeto atende uma antiga reivindicação dos produtores rurais da região, que utilizam as rodovias para deslocar maquinário entre lavouras ou para realizar manutenções.

“Essa é uma luta de muito tempo. Precisamos da rodovia para trabalhar, e com a sinalização, tanto nós quanto os motoristas ganhamos mais segurança. Ver esse projeto avançar é uma vitória”, comemorou Balbinot. Ele também ressaltou a importância da Alesc Itinerante: “É a chance de quem vive longe da capital mostrar os problemas e buscar soluções junto aos deputados”.

Estudantes de Guaraciaba pedem mais professores e comparam Grêmio ao Legislativo

Outra cena marcante da Alesc Itinerante foi a presença de estudantes do colégio Sara Castelhano Kleinkauf, do município de Guaraciaba. Após uma viagem de 40 minutos, eles participaram da reunião da Bancada do Oeste, levando um ofício aos parlamentares em que solicitam mais profissionais para a escola, que hoje atende 470 alunos do ensino fundamental, técnico e médio.

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A presidente do Grêmio Estudantil, Yasmin Sofia Huning, destacou a importância de serem ouvidos pelos deputados. “Nosso objetivo aqui foi mostrar a realidade da nossa escola. A falta de professores afeta diretamente nosso aprendizado. É muito bom saber que podemos ser escutados de verdade”, disse.

Yasmin também fez uma analogia entre sua atuação no Grêmio e o trabalho dos parlamentares. “Ser parte do Grêmio é escutar os colegas e representar suas demandas. É exatamente o que os deputados estão fazendo conosco aqui. Essa aproximação nos inspira e dá esperança”.

Voluntários do Ceapi defendem apoio a idosos em situação de vulnerabilidade

A programação da Alesc Itinerante também contou com a presença de representantes do terceiro setor. Maria Helena Dotto, voluntária do Centro de Apoio à Pessoa Idosa (Ceapi) desde 2015, foi até a sessão buscar apoio institucional e político para o trabalho que a entidade realiza com mais de 230 pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“Estamos aqui para mostrar nossa realidade. O Ceapi não tem sede própria, atua com 40 voluntários e faz um trabalho silencioso e essencial. Precisamos de estrutura, visibilidade e apoio para continuar atendendo quem mais precisa”, afirmou Maria Helena, enfrentando o frio da manhã para conversar pessoalmente com os parlamentares.

Conclusão

A Alesc Itinerante em São Miguel do Oeste não foi apenas uma série de reuniões e votações: foi um exercício de democracia vivida. Com a participação ativa de agricultores, estudantes e voluntários, o programa deu voz a quem muitas vezes está distante das estruturas de poder. A escuta direta, as propostas concretas e a mobilização da comunidade revelaram um caminho promissor: a construção de políticas públicas que realmente dialogam com as realidades locais. Que esse modelo de proximidade se repita — e que mais catarinenses possam ter suas vozes ouvidas tão de perto.

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