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Comprimidos que não podem ser partidos: erro comum que pode prejudicar sua saúde

Comprimidos podem ou não ser partidos, dependendo da formulação; entender as diferenças evita falhas no tratamento e riscos ao organismo.

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Muitas pessoas enfrentam dificuldade para engolir comprimidos e recorrem à prática de partir o medicamento ao meio para facilitar a ingestão. Embora pareça uma solução simples, essa decisão não é sempre segura. Em alguns casos, dividir o comprimido não altera o efeito do tratamento. Em outros, pode comprometer completamente a eficácia, alterar a dose administrada ou causar efeitos adversos.

A recomendação geral é clara: somente um profissional de saúde pode orientar se um determinado medicamento pode ser fracionado. Mesmo comprimidos com ranhura nem sempre foram projetados para divisão. O folheto informativo e a orientação farmacêutica continuam sendo as principais fontes de segurança.

Quando partir pode ser permitido

Alguns comprimidos são desenvolvidos com estrutura adequada para fracionamento, especialmente quando possuem linha divisória funcional. Nesses casos, dividir o comprimido não altera a absorção da substância ativa. Ainda assim, a orientação profissional evita erros e garante que o paciente não comprometa o tratamento.

Comprimidos com película

Comprimidos revestidos com película não devem ser partidos, pois o revestimento exerce funções essenciais. Ele protege o estômago de substâncias irritantes, evita o gosto amargo e pode controlar o local e o tempo de liberação do medicamento. Ao quebrar essa camada, a substância pode causar irritação gástrica, perda de efeito ou absorção inadequada.

Partir comprimidos com película também altera o tempo de dissolução. Isso significa que o organismo pode receber uma dose maior do que a planejada em um curto intervalo, aumentando o risco de efeitos colaterais. Além disso, alguns revestimentos são projetados para manter a substância estável até chegar ao intestino; quando partidos, o contato com o ácido gástrico pode destruir parte do medicamento.

Comprimidos podem ou não ser partidos, dependendo da formulação; entender as diferenças evita falhas no tratamento e riscos ao organismo.

Em alguns casos, o revestimento serve como barreira para proteger a substância ativa da luz, da umidade e do oxigênio. Ao partir, a superfície exposta acelera a degradação do medicamento, diminuindo sua eficiência.

Comprimidos sem formato simétrico

Comprimidos irregulares não devem ser divididos porque o fracionamento resulta em partes desiguais. Isso gera doses diferentes em cada pedaço, comprometendo o controle do tratamento. Medicamentos que exigem precisão de dose, como os usados para condições cardiovasculares ou neurológicas, tornam-se inseguros quando partidos inadequadamente.

Além da variação de dose, a divisão manual aumenta o risco de perda de partículas, o que reduz ainda mais a quantidade efetiva ingerida. Mesmo pequenas variações podem influenciar diretamente o resultado terapêutico, tornando o tratamento menos previsível e potencialmente ineficaz.

Outro problema ocorre quando o formato assimétrico dificulta a divisão física. Nesses casos, a quebra pode produzir migalhas ou pó, dificultando o consumo e alterando a quantidade real administrada.

Medicamentos de liberação modificada

Comprimidos de liberação modificada são projetados para liberar a substância ativa de maneira gradual ao longo do tempo. Esse grupo inclui os medicamentos de liberação prolongada e os gastrorresistentes. Partir esses comprimidos destrói o mecanismo que controla a liberação, fazendo com que todo o conteúdo seja absorvido de uma só vez.

A absorção rápida pode causar efeitos adversos intensos, intoxicação ou picos de concentração superiores ao recomendado. Além disso, a falta de controle na liberação compromete o efeito desejado, reduzindo a duração do tratamento e prejudicando o manejo de doenças crônicas.

No caso dos comprimidos gastrorresistentes, a cobertura é essencial para garantir que a substância só seja liberada no intestino. Quando partidos, o medicamento é exposto ao ácido do estômago, perdendo efeito e podendo causar irritação significativa.

Cápsulas

As cápsulas, de modo geral, não devem ser abertas nem manipuladas. O conteúdo interno pode ser sensível à luz e ao ar, perdendo eficácia quando exposto. Além disso, abrir a cápsula pode alterar a forma de absorção do medicamento, tornando o tratamento imprevisível.

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Em alguns casos excepcionais, o conteúdo pode ser dissolvido em líquido, mas somente com orientação profissional. Sem supervisão adequada, a prática pode levar à administração incorreta da dose, perda de parte da substância ativa ou até irritação do trato digestivo.

Também é comum que a cápsula tenha função tecnológica, como liberação programada ou proteção química. Ao rompê-la, essas funções deixam de existir, prejudicando completamente o efeito esperado.

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