Como os antigos egípcios preservavam os mortos?

Há milhares de anos, nas margens do rio Nilo, os antigos egípcios desenvolveram um dos processos mais fascinantes da história da humanidade: a mumificação. Essa prática complexa e meticulosa era muito mais do que uma simples técnica de preservação do corpo; era um ritual profundamente enraizado na religião e na cultura egípcias. Graças aos avanços da ciência e à pesquisa arqueológica, podemos agora desvendar os segredos por trás dessa antiga arte de conservação dos mortos.

Segundo o Gabinete de Antropologia do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, em Washington, nos Estados Unidos, a mumificação exigia não apenas habilidades técnicas, mas também um profundo conhecimento religioso e anatômico. Os sacerdotes responsáveis pelo processo eram verdadeiros especialistas, cujas habilidades eram consideradas divinas.

O processo de mumificação era dividido em três etapas fundamentais, conforme descrito pelo museu Smithsonian. Primeiramente, os embalsamadores realizavam a delicada remoção dos órgãos internos do corpo. O cérebro, por exemplo, era extraído através das narinas, em uma operação meticulosa que poderia desfigurar o rosto do falecido. Os órgãos abdominais e torácicos eram retirados e preservados separadamente, enquanto o coração permanecia no corpo, pois era considerado o centro da inteligência e vitalidade.

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FOTO DE UNDERWOOD AND UNDERWOOD

Em seguida, o corpo era submetido a um processo de secagem, utilizando natron, um composto natural de sais de sódio. Esse material absorvia a umidade do corpo, deixando-o desidratado e pronto para a próxima etapa.

A cobertura do cadáver era a fase final e mais elaborada do processo. O corpo era envolto em centenas de metros de linho, com cada parte do corpo sendo cuidadosamente coberta, às vezes até os dedos individuais. Durante esse procedimento, os sacerdotes inseriam amuletos entre as camadas de linho, recitavam orações e inscreviam palavras mágicas para garantir a proteção do falecido no além.

A mumificação egípcia era muito mais do que um método de preservação do corpo; era uma prática profundamente religiosa e cultural, destinada a garantir a passagem segura do falecido para a vida após a morte. Os detalhes intricados desse processo revelam o profundo respeito e reverência que os antigos egípcios tinham pelos seus mortos e pela jornada espiritual que os aguardava. Graças ao trabalho de arqueólogos e cientistas, podemos hoje admirar e compreender melhor essa fascinante tradição que perdurou por milênios.

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