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Top 5 comidas perigosas do mundo: quais pratos podem ser fatais (e por que tantas pessoas ainda os comem?)

O fascinante perigo que habita a culinária global

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A gastronomia mundial inclui pratos tão saborosos quanto perigosos, que podem causar intoxicações e até morte, mas continuam sendo consumidos por tradição, curiosidade e status. Em muitas culturas, comer alimentos arriscados é um ritual, exige técnica e representa coragem. Pessoas viajam apenas para experimentá-los, atraídas pela combinação entre cultura, prazer e adrenalina. Assim, provar essas comidas é ultrapassar limites do paladar e vivenciar histórias que vão além da simples alimentação.

1. Fugu (Japão)

O peixe mais temido — e desejado — do mundo
O fugu, um peixe típico do Japão, é considerado um dos pratos mais perigosos já registrados. A ameaça está na tetrodotoxina, uma substância presente principalmente no fígado, ovários e pele do animal. A toxina é capaz de paralisar o sistema nervoso e causar morte por asfixia, sem que a pessoa perca a consciência durante o processo. Não há antídoto eficaz. Por isso, apenas chefs com licenças especiais podem manipulá-lo, após anos de treinamento rigoroso. Mesmo assim, acidentes fatais já foram registrados ao longo da história japonesa.

Apesar do risco, o fugu é servido em restaurantes renomados, preparado como sashimi, cozido em caldos ou frito em pequenas porções. A elite japonesa e turistas aventureiros o consomem como símbolo de bravura cultural, associando a experiência à ideia de confiança e gratidão ao chef que arrisca a própria reputação para garantir uma refeição segura.

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2. Queijo Casu Marzu (Itália)

Uma iguaria com larvas vivas
Originário da Sardenha, o casu marzu é um queijo de sabor intensamente forte, feito a partir de leite de ovelha e maturado com a presença de larvas vivas de moscas. As larvas são responsáveis pela fermentação extrema que o torna cremoso, mas também trazem risco biológico. Quando ingeridas, podem sobreviver ao ácido estomacal e causar infecções no intestino. O queijo é considerado afrodisíaco local, embora seja ilegal em muitos países europeus devido à falta de controle sanitário.

Os habitantes da Sardenha defendem que sua produção artesanal é uma expressão de identidade cultural, preservada há séculos. Mesmo com proibições e recomendações médicas contrárias, ele continua sendo consumido em eventos familiares, casamentos e celebrações tradicionais, reforçando o poder das tradições frente à ciência e às normas de segurança alimentar.

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3. Amêijoas de Sangue (China e Sudeste Asiático)

O fruto do mar que pode carregar epidemias
As amêijoas de sangue, muito apreciadas na China, especialmente em Xangai, carregam um grande risco: seu habitat são águas poluídas e ambientes com baixa oxigenação, perfeitos para vírus e bactérias perigosas. Quando consumidas malcozidas, podem transmitir hepatite A, hepatite E, febre tifoide e cólera. Na década de 1980, surtos graves foram registrados, levando governos locais a proibir sua venda temporariamente.

Ainda assim, essas amêijoas continuam sendo consumidas, pois são consideradas uma iguaria histórica, associada à memória afetiva de famílias chinesas. O sabor intenso e sua textura peculiar fazem do prato objeto de nostalgia gastronômica, resistindo às campanhas de conscientização e às tentativas de substituição por frutos do mar mais seguros.

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4. Ackee (Jamaica)

A fruta nacional que pode ser letal
O ackee é o orgulho da culinária jamaicana e ingrediente principal do prato nacional ackee and saltfish. No entanto, quando consumido antes de amadurecer de forma natural, o fruto libera hipoglicina, uma toxina capaz de provocar vômitos intensos, convulsões e um quadro conhecido como “doença do vômito jamaicana”, que pode ser fatal, sobretudo em crianças. A colheita do ackee exige observação rigorosa, esperando o momento exato em que a fruta se abre espontaneamente, sinal de que está segura para consumo.

Mesmo com alertas internacionais, o ackee permanece símbolo de identidade e orgulho nacional, sendo exportado apenas enlatado e supervisionado, enquanto dentro do país é consumido fresco. Para os jamaicanos, cozinhar ackee é um conhecimento herdado, que traduz cuidado, tradição e pertencimento cultural.

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5. Sannakji (Coreia do Sul)

O polvo que ainda se mexe no prato
O sannakji é servido com pedaços de polvo recém-cortados, ainda em movimento quando chegam ao prato. A preocupação não está no frescor, mas nas ventosas que continuam ativas e podem aderir à garganta quando mastigadas de forma inadequada, causando sufocamento e risco de morte. Apesar disso, muitas pessoas buscam o prato justamente pela experiência sensorial de comer algo que ainda se move, conectando-se a práticas antigas relacionadas à energia vital do alimento.

Na Coreia do Sul, o sannakji simboliza vitalidade e coragem, e é muito popular em mercados tradicionais e restaurantes especializados em frutos do mar. Turistas curiosos enfrentam a tensão entre sabor e risco, muitos sem saber exatamente como mastigar corretamente, enquanto a experiência continua fascinar pela adrenalina que agrega à gastronomia local.

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Conclusão: por que o perigo continua servindo à mesa?

A existência de comidas perigosas mostra que a culinária vai além da técnica: ela carrega cultura, identidade e tradição. Pratos como o fugu, o casu marzu e o ackee sobrevivem porque representam conhecimento ancestral e simbolizam coragem, resistência e pertencimento. Nesses casos, o valor não está apenas no sabor, mas no significado que cada prato carrega. Assim, mesmo enfrentando riscos e questionamentos sanitários, essas iguarias continuam sendo servidas porque são parte da herança cultural que se transmite de geração em geração.

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