O comércio varejista do Paraná tem demonstrado um desempenho notável ao longo de 2024. De janeiro a agosto, o volume de vendas do setor registrou um crescimento de 5,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado coloca o estado em uma posição privilegiada no cenário nacional, superando a média de crescimento do país, que foi de 4,5%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e evidenciam o vigor econômico do Paraná, que também se destacou em outros setores, como a indústria, que cresceu 5,3% nos últimos 12 meses. Neste artigo, vamos explorar o impacto desse crescimento, os segmentos que mais se destacaram e como o Paraná se posiciona em relação a outros estados.
Enquanto a média de crescimento do comércio varejista brasileiro atingiu 4,5% nos primeiros oito meses de 2024, o Paraná conseguiu elevar esse índice para 5,5%. Isso significa que o estado teve um crescimento mais robusto que importantes economias estaduais como São Paulo (2,9%), Minas Gerais (2,1%) e Rio de Janeiro (1,8%). Essa performance acima da média se deve à diversificação dos setores comerciais, que mostraram expansão em praticamente todos os segmentos analisados pelo IBGE.
O desempenho do Paraná é ainda mais expressivo quando consideramos a receita nominal do varejo ampliado. No acumulado do ano, o estado registrou um crescimento de 7,8%, enquanto a média nacional foi de 7,3%. Esse avanço representa um fortalecimento do comércio local, impulsionado por um cenário econômico que vem favorecendo o consumo.
O crescimento de 5,5% no volume de vendas no Paraná não foi uniforme em todos os setores, mas alguns segmentos se destacaram de maneira significativa. Entre janeiro e agosto de 2024, oito dos onze segmentos pesquisados pelo IBGE no estado apresentaram alta. Confira a seguir os destaques:
- Veículos, motocicletas, partes e peças automotivas: com um impressionante crescimento de 17,8%, esse foi o segmento de maior expansão no comércio paranaense. O aumento nas vendas pode ser atribuído a uma maior oferta de crédito, condições atrativas de financiamento e à recuperação gradual da confiança do consumidor.
- Móveis e eletrodomésticos: o segmento também teve um bom desempenho, crescendo 15,2% no ano. Esse aumento reflete a tendência de modernização dos lares, com a compra de novos produtos tecnológicos e de maior valor agregado.
- Materiais de construção: com um crescimento de 13%, o setor se beneficiou do aumento nas obras de reforma e construção. Isso demonstra a retomada de investimentos na infraestrutura residencial e comercial.
- Artigos de uso pessoal e doméstico: esse segmento apresentou alta de 11,3%, evidenciando um consumo mais aquecido em itens que vão desde vestuário a artigos decorativos.
Outros setores que registraram crescimento foram os de hipermercados e supermercados (6,1%), artigos farmacêuticos e cosméticos (5,2%) e tecidos e calçados (2,1%).
Embora o comércio varejista do Paraná tenha apresentado resultados positivos na maioria dos segmentos, alguns setores registraram quedas nas vendas. A maior retração foi observada no atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, com uma queda de 5,3%. Esse resultado reflete mudanças nos padrões de consumo e possíveis ajustes de preços.
Outro setor que teve um desempenho negativo foi o de combustíveis e lubrificantes, com uma queda de 8,4%. O impacto no consumo de combustíveis pode estar relacionado a fatores como a adoção de políticas ambientais, o aumento da frota de veículos elétricos e mudanças na logística de transporte.
Por fim, o setor de livros, jornais, revistas e papelaria também teve retração de 11,1%, seguindo uma tendência global de declínio na venda de materiais impressos, impulsionada pela digitalização e o crescimento do consumo de conteúdo digital.
O Paraná se destaca no cenário nacional não apenas pelo crescimento de 5,5% no volume de vendas, mas também pelo posicionamento em relação a outros estados importantes. Em São Paulo, maior economia do país, o crescimento no comércio varejista foi de apenas 2,9%, quase metade do desempenho paranaense. Minas Gerais e Rio de Janeiro, por sua vez, tiveram um avanço ainda menor, com 2,1% e 1,8%, respectivamente.
Esses resultados mostram que o Paraná não apenas superou a média nacional, mas também se consolidou como um dos estados mais dinâmicos em termos de comércio varejista. Esse desempenho é reflexo de uma economia diversificada e resiliente, capaz de se adaptar a diferentes cenários e aproveitar as oportunidades de crescimento.
Além do crescimento no comércio varejista, a indústria paranaense também teve um ano positivo. O setor registrou uma expansão de 5,3% nos últimos 12 meses, mais que o dobro da média nacional, que foi de 2,5%. Esse desempenho reforça a importância do Paraná como um polo industrial relevante e mostra como a integração entre comércio e indústria pode gerar um ciclo virtuoso de crescimento econômico.
O crescimento da indústria é sustentado por setores como o agroindustrial, automotivo e químico, que têm atraído investimentos significativos nos últimos anos. A sinergia entre esses setores cria um ambiente favorável para o desenvolvimento de novos negócios e para a geração de emprego e renda no estado.
As perspectivas para o comércio varejista do Paraná são positivas. Com a expectativa de crescimento contínuo no consumo, impulsionado pela recuperação econômica e pela confiança dos consumidores, o estado deve manter seu ritmo de expansão. No entanto, é necessário monitorar fatores externos que possam impactar a economia, como a inflação e a política de juros.
Outro ponto de atenção é o comportamento do consumidor, que tem mudado significativamente nos últimos anos. A digitalização do varejo e o crescimento das vendas online estão transformando o mercado, exigindo que as empresas se adaptem para atender a um consumidor mais exigente e conectado.