Estados do Sul e Centro-Oeste lançam plano regional e avançam em estratégias conjuntas para o desenvolvimento e enfrentamento de crises climáticas
O vice-governador do Paraná, Darci Piana, representou o Estado nesta quarta-feira (23), em Brasília, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (CODESUL), que reúne os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
No encontro, foi apresentado o Planejamento Estratégico “Visão Regional 2040”, documento que estabelece diretrizes para o desenvolvimento integrado da região ao longo das próximas décadas.
Além da apresentação do plano, os governadores firmaram um memorando de entendimento com o Banco Mundial, com foco na criação de um sistema regional unificado de monitoramento climático e gestão de riscos, ação considerada essencial frente ao aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.
“Trabalhamos com realidades semelhantes e objetivos comuns. É fundamental promover ações coordenadas, visando a soluções compartilhadas e efetivas para os desafios da nossa região”, destacou o vice-governador Darci Piana.
Participaram da reunião os governadores Eduardo Leite (RS), Jorginho Melo (SC) e Eduardo Riedel (MS), além de secretários estaduais, representantes do Banco Mundial e técnicos da área de planejamento.
Planejamento estratégico “Visão Regional 2040”
O plano foi desenvolvido pelas secretarias estaduais de Planejamento com apoio técnico da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A proposta visa orientar ações integradas dos quatro estados em áreas estratégicas como meio ambiente, educação, segurança pública e logística.
De acordo com o secretário de Planejamento do Paraná, Ulisses Maia, o Estado possui programas de destaque que podem ser adaptados e replicados em outros estados da região. “A proposta é fortalecer a cooperação entre os entes federativos para que possamos impulsionar, de forma conjunta, o crescimento regional sustentado”, afirmou.
O documento se estrutura em cinco diretrizes principais:
- Estrutura produtiva e aumento da produtividade;
- Resiliência às mudanças climáticas e preservação ambiental;
- Inclusão social e promoção do bem-estar;
- Incentivo a atividades emergentes e inovadoras;
- Modernização da governança e do setor público.
Essas diretrizes se desdobram em nove eixos estratégicos, abordando temas como transição energética, modernização das cadeias produtivas, inovação tecnológica e educação voltada ao futuro.
Sistema climático integrado e gestão de riscos
Uma das medidas mais relevantes discutidas foi o acordo firmado com o Banco Mundial para o desenvolvimento de um sistema integrado de monitoramento climático e gestão de riscos.
A proposta visa unificar protocolos e dados hidrometeorológicos dos quatro estados, promovendo respostas coordenadas diante de eventos climáticos adversos.
O sistema permitirá a atuação conjunta das coordenadorias estaduais de Defesa Civil, garantindo maior agilidade, precisão nas respostas e uso eficiente de recursos em situações de emergência.
O secretário do Codesul pelo Paraná, Orlando Pessuti, salientou que o intercâmbio de informações e boas práticas já tem mostrado resultados concretos. “Há ganhos visíveis nas ações policiais em fronteiras e nas iniciativas de adaptação ao clima. O trabalho regional articulado amplia nossa capacidade de resposta”, observou.
Outros temas abordados
Durante o encontro, os governadores também discutiram ações integradas de policiamento nas fronteiras, projetos de infraestrutura em execução e os possíveis impactos da redistribuição dos royalties do petróleo.
A articulação política em torno dessas pautas deve resultar em propostas conjuntas para encaminhamento ao governo federal.
Com uma população somada de aproximadamente 34 milhões de habitantes — o equivalente a 16% da população brasileira — os estados que compõem o Codesul representam uma parcela significativa da economia nacional.
Juntos, são responsáveis por 18,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e 19,9% das exportações nacionais, consolidando-se como uma força regional com grande influência no cenário político e econômico do país.
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