Cleópatra: a rainha poliglota que dominou o conhecimento antigo

A ascensão de Cleópatra ao trono do Egito com apenas 17 anos marca apenas o início de uma história fascinante que vai muito além de sua habilidade política e seu conhecido encanto. Sua vida foi uma jornada dedicada ao conhecimento, ao aprendizado e à aplicação prática de uma educação diversificada, que lhe permitiu comunicar-se em nove línguas e dominar disciplinas que iam da astronomia à medicina. Vamos entrar nas profundezas da mente de uma das figuras mais emblemáticas da história, revelando o legado intelectual de Cleópatra que, embora menos conhecido, é igualmente impressionante.

Poliglota e sábia

Cleópatra VII, a última rainha ativa do Egito Ptolomaico, destacou-se não apenas por seu papel na história política, mas também por sua excepcional inteligência e capacidade de aprendizado. Ao contrário de muitos de seus antecessores, ela conseguiu aprender a ler hieróglifos, a escrita sagrada do Egito, tornando-se a primeira e única de sua dinastia a fazê-lo. Além do egípcio, Cleópatra falava fluentemente grego – sua língua materna – e dominava as línguas dos partas, hebreus, medos, trogloditas, sírios, etíopes e árabes.

A poliglotia de Cleópatra era apenas uma faceta de sua sede de conhecimento. Ela estudou uma ampla gama de disciplinas, incluindo geografia, história, astronomia, diplomacia internacional, matemática, alquimia, medicina, zoologia, economia, entre outras. Essa diversidade intelectual permitiu-lhe aceder a quase todo o conhecimento acumulado de seu tempo, conferindo-lhe uma vantagem única em suas habilidades de liderança e diplomacia.

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Pioneira na ciência e medicina

Cleópatra passou considerável tempo em seu laboratório, explorando o mundo das ervas e cosméticos. Ela escreveu obras sobre estes temas, que, infelizmente, foram perdidas no incêndio da grande Biblioteca de Alexandria em 391 d.C. No entanto, seu legado sobreviveu parcialmente através do trabalho do físico Galen, que estudou e transcreveu algumas de suas receitas. Entre elas, estava um creme especial destinado a ajudar na recuperação capilar, um testemunho da aplicação prática de seu vasto conhecimento.

A rainha do Egito também tinha um profundo interesse na cura por meio de ervas, uma paixão que foi facilitada por seu acesso a uma infinidade de papiros e textos antigos, graças ao seu domínio de várias línguas. Sua influência nas ciências e na medicina foi reconhecida e respeitada nos primeiros séculos do cristianismo, estabelecendo-a como uma figura de destaque na história da humanidade.

Cleópatra VII transcende a imagem popular de uma rainha governada apenas por intrigas políticas e romances. Sua vida foi uma demonstração de como o poder e o conhecimento podem andar de mãos dadas, com sua paixão pelo aprendizado permitindo-lhe explorar e contribuir para vários campos do conhecimento. Embora muitos de seus escritos e descobertas tenham sido perdidos na história, sua reputação como estudiosa e cientista permanece, lembrando-nos da importância da curiosidade intelectual e da busca incessante pelo conhecimento. Cleópatra não foi apenas uma governante do Egito; ela foi uma pioneira no campo do conhecimento humano, cuja sede de aprendizado ainda hoje inspira.