Cidasc realiza inspeções contra o greening em São Miguel do Oeste

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) emitiu um alerta para os produtores de citros, especialmente no Extremo-Oeste catarinense, sobre a necessidade de intensificar as ações de prevenção e controle do greening, também conhecido como huanglongbing (HLB).

A doença, considerada a mais destrutiva da citricultura mundial, representa uma ameaça significativa à produção de laranjas, limões e tangerinas no estado.

Como parte das medidas preventivas, a Cidasc realizará uma ação de educação sanitária, acompanhada de inspeções em plantas cítricas na área urbana de São Miguel do Oeste.

A operação abrangerá um raio de 4 km do foco identificado no bairro São Luiz e terá o objetivo de identificar plantas suspeitas e impedir a disseminação do patógeno.

Greening, uma ameaça silenciosa e devastadora

O greening é uma doença causada por bactérias do gênero Candidatus Liberibacter, que afetam o sistema vascular das plantas cítricas, impedindo o transporte adequado de nutrientes.

Como resultado, as árvores apresentam sintomas como amarelecimento irregular das folhas, frutos deformados e queda prematura da produção. O vetor principal da doença é o psilídeo Diaphorina citri, um inseto que se alimenta da seiva das plantas e dissemina a bactéria rapidamente.

De acordo com o engenheiro-agrônomo e gestor do Departamento Estadual de Defesa Vegetal (Dedev), Alexandre Mees, a presença do greening já foi registrada em alguns municípios catarinenses e pode comprometer severamente a citricultura do estado se não for controlada.

“Essa doença não tem cura. A única forma de controle é a eliminação de plantas contaminadas e a redução da população do inseto vetor. Se não agirmos agora, podemos enfrentar uma queda drástica na produção de citrus em Santa Catarina”, explica Mees.

O programa de inspeções conduzido pela Cidasc busca identificar focos da doença em pomares comerciais e também em áreas urbanas, onde plantas cítricas cultivadas em quintais podem servir como reservatórios da bactéria.

A colaboração da população é essencial para o sucesso dessa iniciativa, uma vez que a remoção de plantas infectadas e o controle do vetor são medidas fundamentais para evitar a disseminação do greening.

Entre as principais ações de controle recomendadas pela Cidasc estão:

  • Monitoramento constante de pomares comerciais e quintais urbanos para identificação precoce de sintomas;
  • Eliminação imediata de plantas contaminadas para evitar a propagação da bactéria;
  • Uso de mudas certificadas e livres da doença, garantindo a sanidade da produção;
  • Aplicação de inseticidas registrados para o controle do psilídeo vetor;
  • Adoção de barreiras vegetais, como plantios alternativos para dificultar a movimentação do inseto.

Impacto do greening na citricultura catarinense

Cidasc alerta produtores do Extremo-Oeste de Santa Catarina sobre o risco do greening. Inspeções e ações de controle buscam conter a doença e proteger a citricultura local.

Santa Catarina é um dos estados com produção significativa de citros, tanto para o consumo in natura quanto para a indústria. O avanço do greening pode comprometer não apenas a oferta de frutas no mercado, mas também a economia local, afetando agricultores familiares e grandes produtores.

Em estados como São Paulo e Paraná, onde a doença já se espalhou de forma mais agressiva, os prejuízos foram severos, com a erradicação de milhares de hectares de plantações.

Para evitar que o mesmo ocorra em território catarinense, a mobilização dos produtores e a fiscalização contínua são indispensáveis.

A importância da conscientização e da participação dos produtores

Além da fiscalização realizada pela Cidasc, a conscientização dos agricultores é um fator determinante para conter o avanço do greening.

Os produtores devem ficar atentos a qualquer sinal da doença em suas plantações e comunicar imediatamente os órgãos responsáveis para que as medidas adequadas sejam tomadas.

Alexandre Mees reforça a importância do envolvimento da população nesse combate. “Precisamos trabalhar juntos para impedir que o greening se torne um problema ainda maior. A erradicação de plantas doentes e a utilização de mudas certificadas são fundamentais para garantir a continuidade da citricultura em Santa Catarina”, destaca.

Como os produtores podem colaborar?

  • Relatar imediatamente qualquer suspeita da doença às unidades da Cidasc mais próximas;
  • Não transportar mudas ou frutos de regiões contaminadas para áreas livres da doença;
  • Eliminar brotações e plantas abandonadas que possam servir de abrigo para o inseto vetor;
  • Participar de treinamentos e palestras promovidos pelos órgãos de defesa sanitária vegetal;
  • Aplicar as boas práticas agrícolas recomendadas, seguindo todas as diretrizes sanitárias.