Fenômeno raro deve atingir o Sul com ventos acima de 100 km/h, chuva extrema e tempestades severas; Centro-Oeste e Sudeste também sentirão os efeitos.

Ciclone incomum ameaça o Sul do Brasil com ventos extremos, chuva intensa e risco de tempestades severas

Fenômeno raro deve atingir o Sul com ventos acima de 100 km/h, chuva extrema e tempestades severas; Centro-Oeste e Sudeste também sentirão os efeitos.

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Um ciclone de características atípicas deve alterar significativamente o tempo em grande parte do país durante quatro dias consecutivos, com impacto maior sobre a Região Sul e reflexos no Centro-Oeste e no Sudeste, conforme dados divulgados pela Metsul Meteorologia. A situação é considerada excepcional devido à combinação de alta intensidade, deslocamento lento, pressão atmosférica muito baixa e desenvolvimento sobre o continente, algo incomum para esse tipo de sistema no verão.

O Rio Grande do Sul concentra o cenário mais crítico, com previsão de temporais fortes, acumulado elevado de chuva em curtos períodos e ventos persistentes por até 36 horas. A pressão atmosférica prevista entre 985 hPa e 990 hPa está entre os valores mais baixos já registrados em território continental no Brasil. Caso as projeções se confirmem, serão os menores índices desde o furacão Catarina, em 2004, embora o atual fenômeno não seja classificado como furacão, já que sua formação não ocorre sobre o oceano.

O ciclone começa a se formar nesta segunda-feira (8) a partir de um centro de baixa pressão no nordeste da Argentina, avançando em direção ao Rio Grande do Sul ao longo da terça (9) e da quarta-feira (10). Na quinta-feira (11), o sistema deve se mover gradualmente para o oceano, mantendo influência sobre áreas litorâneas. O deslocamento lento aumenta a gravidade do evento, pois concentra chuva, ventos e tempestades repetidas sobre as mesmas localidades por mais tempo.

As chuvas previstas não serão distribuídas de forma ampla e uniforme, mas concentradas em núcleos com alta capacidade de dano. Estimativas indicam volumes entre 150 mm e 300 mm em áreas específicas, valor suficiente para provocar enxurradas, transbordamentos e inundações repentinas em áreas urbanas e próximas a rios.

A instabilidade se intensifica nesta segunda no Oeste do Sul do país e avança sobre partes do Centro-Oeste e Sudeste, estendendo-se de forma mais organizada na terça, principalmente sobre o Sul. Na quarta-feira, o foco permanece sobre o Rio Grande do Sul, especialmente na porção Leste e Sul do estado.

O calor registrado nas últimas semanas aumenta o potencial das tempestades, elevando o risco de granizo, rajadas intensas e formação de nuvens profundas. A terça-feira é apontada como o período mais perigoso, com possibilidade de tempestades abrangentes, formação de linhas de instabilidade e registro de ventos mais fortes. A quarta-feira deve manter tempestades isoladas com potencial alto de severidade.

Meteorologistas apontam a chance de formação de supercélulas em áreas do Paraná, Mato Grosso do Sul e Oeste paulista, fenômeno com potencial para microexplosões (downbursts). Há probabilidade de ocorrência de tornados em áreas isoladas do Sul, do interior de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, além de risco de trombas d’água em lagoas e no litoral.

Os ventos associados ao ciclone devem provocar transtornos significativos, especialmente no Sul e no Leste gaúcho. Rajadas entre 60 km/h e 80 km/h são previstas em grande parte do estado, podendo atingir entre 100 km/h e 130 km/h em áreas litorâneas e no entorno da Lagoa dos Patos.

Regiões elevadas entre o nordeste do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina podem registrar marcas acima de 140 km/h. Santa Catarina, Paraná e o Leste de São Paulo devem registrar ventos entre 70 km/h e 100 km/h, com capitais como Curitiba e São Paulo podendo registrar picos próximos de 90 km/h. O setor elétrico deve ser afetado, com risco de queda de postes, árvores e danos em telhados e estruturas expostas.

O ciclone atinge seu ponto máximo entre terça e quarta-feira, quando os valores projetados variam entre 982 hPa e 990 hPa, patamar compatível com ciclones tropicais iniciais no hemisfério Norte. Mesmo sem classificação de furacão, o fenômeno se destaca pela intensidade rara sobre terra, pela abrangência dos impactos e pelo potencial de danos, tornando necessária a atenção de autoridades, órgãos de segurança e moradores em todas as áreas sob risco.

Fenômeno raro deve atingir o Sul com ventos acima de 100 km/h, chuva extrema e tempestades severas; Centro-Oeste e Sudeste também sentirão os efeitos.

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