A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém uma lista oficial de plantas medicinais autorizadas para uso terapêutico no Brasil. Ao contrário das receitas baseadas apenas em tradição popular, esses chás possuem comprovação científica, padronização química e controle de segurança. Consumir fitoterápicos regulamentados evita riscos à saúde e garante que o tratamento natural realmente produza efeitos benéficos no organismo, sem expor o paciente a substâncias inadequadas ou dosagens incorretas.
O que diferencia um chá medicinal de um simples chá?
Nem toda planta utilizada como bebida pode ser considerada um fitoterápico. Para que um chá seja reconhecido como tratamento medicinal, ele precisa provar sua eficácia por meio de estudos clínicos e constar nos formulários oficiais da Anvisa. Isso significa que a planta não é utilizada apenas por tradição, mas porque seus princípios ativos foram testados, padronizados e considerados seguros para consumo controlado.
Além disso, fitoterápicos exigem estabilidade química e padronização de concentração. Isso garante que cada xícara preparada contenha a quantidade adequada de substâncias terapêuticas responsáveis pelo efeito no organismo. Em outras palavras, não é a popularidade da erva que determina a sua ação medicinal, e sim sua validação científica e regulatória.
Como saber se o produto é seguro?
A segurança de um chá não depende apenas da planta escolhida, mas também da forma como ela foi cultivada, armazenada e processada. Produtos vendidos sem controle podem conter fungos, bactérias, metais pesados, pesticidas ou até ervas trocadas por espécies semelhantes, o que gera risco de intoxicação ou ineficácia.
Por isso, a maneira mais confiável de adquirir um fitoterápico é verificar, na embalagem, o número de registro ou notificação junto ao órgão sanitário. Ervas compradas a granel, sem identificação e sem procedência, não garantem dosagem correta, pureza ou autenticidade da espécie. Optar por marcas regulamentadas é uma medida básica de prevenção.
Três chás com eficácia comprovada pela Anvisa
Entre as diversas plantas listadas no Memento Fitoterápico Brasileiro, algumas se destacam pelo uso frequente, fácil acesso e alto nível de comprovação científica. Entre elas, três são consideradas referência em segurança e resultados terapêuticos:
- Espinheira-santa (princípio ativo para gastrite e dores estomacais)
Indicada para aliviar irritações do estômago, combater azia e reduzir sintomas relacionados à gastrite leve. Possui efeito anti-inflamatório gastrointestinal. - Guaco (utilizado como broncodilatador e expectorante natural)
Popular no tratamento de tosse, catarro e irritações nas vias respiratórias. Ajuda a dilatar os brônquios, facilitando a respiração e a eliminação de muco. - Passiflora (auxilia no controle da ansiedade e insônia)
Conhecida pelo efeito calmante, pode contribuir para noites de sono mais tranquilas e ajudar a reduzir níveis moderados de ansiedade.
Por que não usar fitoterápicos sem orientação profissional?
O fato de uma planta ser natural não significa que ela é livre de riscos. Fitoterápicos podem causar reações adversas, sobrecarregar o fígado e interagir negativamente com medicamentos convencionais. Em alguns casos, o uso indiscriminado de chás pode neutralizar o efeito de remédios importantes ou intensificar sua toxicidade, colocando a saúde em perigo.
A automedicação com plantas medicinais, baseada apenas em tradição popular, pode mascarar sintomas de doenças graves, atrasando diagnósticos necessários. Por isso, o acompanhamento profissional — seja médico ou farmacêutico — é fundamental antes de iniciar qualquer tratamento natural, por mais simples que pareça.
Consumir chás aprovados e regulamentados é uma forma segura de aproveitar os benefícios terapêuticos das plantas medicinais sem colocar a saúde em risco. A escolha correta, aliada à orientação profissional, garante que o tratamento natural seja eficaz, responsável e adequado às necessidades individuais.

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