Tesouro é revelado em cemitério nobre descoberto na Dinamarca

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No coração da Dinamarca, entre vestígios de antigas colinas e construções modernas, um achado arqueológico trouxe à tona um capítulo esquecido da história nórdica. Durante escavações em Lisbjerg, uma equipe do Museu Moesgaard, sediado em Aarhus, localizou um antigo cemitério viking que remonta ao século X.

O sítio arqueológico e seus túmulos antigos

Ao todo, cerca de 30 sepulturas foram identificadas no local, o que sugere um cemitério de uso familiar, provavelmente ligado a uma propriedade de alto status já documentada nas décadas anteriores. Essa antiga fazenda, situada nas proximidades, havia sido mapeada pela primeira vez nos anos 1980, mas apenas agora o elo com os túmulos foi confirmado por escavações mais profundas.

Os enterramentos estavam acompanhados de objetos típicos de pessoas abastadas, como moedas, peças de cerâmica e miçangas ornamentais. Esses elementos, comuns em contextos funerários vikings, confirmam que a comunidade ali enterrada possuía recursos, prestígio e conexões com centros de poder.

Tesouro é revelado em cemitério nobre descoberto na Dinamarca
Foto: Museu Moesgaard

A caixa que fascina os arqueólogos

Dentre todos os achados, um chamou especialmente a atenção dos estudiosos: o túmulo de uma mulher da elite, sepultada com uma caixa de madeira de proporções modestas — apenas 32 centímetros — mas de confecção altamente sofisticada. O objeto quadrado possuía um delicado sistema de travamento, estrutura reforçada com prata e rebites trabalhados de forma ornamental.

Segundo Mads Ravn, arqueólogo responsável pelo projeto, esse tipo de artefato é raríssimo: “Só conhecemos três exemplares semelhantes em toda a arqueologia nórdica.” Dentro da caixa, foram encontrados objetos de uso pessoal e adornos preciosos, como pérolas, uma fita dourada e até uma pequena tesoura. O conteúdo sugere que a mulher não apenas era de alta posição social, mas também cuidava de aspectos domésticos e simbólicos de seu clã, talvez até desempenhando funções cerimoniais.

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As evidências apontam para uma ligação direta com o reinado de Harald Bluetooth, figura central na história da Dinamarca. Governando por volta do final do século X, Harald foi responsável pela cristianização do reino e pelo fortalecimento do controle político sobre diversas regiões.

É possível que a família enterrada no local estivesse entre seus aliados mais próximos — talvez como condes ou administradores locais. Esse padrão de lealdade era comum na estrutura política viking, em que líderes regionais administravam terras em nome do rei, em troca de autonomia relativa e prestígio.

A presença de uma mulher com tantos objetos preciosos em seu túmulo reforça uma ideia cada vez mais aceita pela historiografia atual: as mulheres de alto escalão não eram apenas figuras domésticas, mas detinham influência real sobre a economia, a religião e até a política local. A caixa encontrada pode ter sido tanto um objeto de uso cotidiano quanto um item simbólico — algo como um “baú de poder” feminino, repleto de significados sociais e espirituais.

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