Três pessoas foram presas pela Polícia Civil do Amazonas por suspeita de participação em um esquema de adoção irregular envolvendo um recém-nascido.
O caso ocorreu no município de Manacapuru, localizado a cerca de 70 quilômetros de Manaus, e foi identificado após uma denúncia anônima enviada via aplicativo de mensagens no dia 11 de julho.
A denúncia indicava que dois homens estariam tentando obter a guarda de um bebê em uma maternidade pública da cidade, com o apoio de um terceiro intermediador. A mensagem incluía ainda uma imagem do carro utilizado pelos suspeitos. A Delegacia Especializada de Polícia, com o apoio do Conselho Tutelar, dirigiu-se ao hospital, onde quatro partos haviam sido realizados naquele dia.
Uma das mulheres, de 31 anos, foi identificada como a mãe da criança, mas, por estar em cuidados médicos após o parto, não foi ouvida no momento da abordagem. De acordo com a investigação, um dos homens se apresentou falsamente como pai biológico do bebê, acompanhou o nascimento, recebeu a Declaração de Nascido Vivo (DNV) e tentou realizar o registro civil. A tentativa foi frustrada por instabilidade no sistema.
Durante a ação, o casal de homens, que mantinha uma relação homoafetiva, demonstrou nervosismo e, ao ser questionado, confirmou que havia transferido a quantia de R$ 500 ao intermediário. Segundo os próprios suspeitos, o pagamento tinha como objetivo viabilizar a entrega da criança, com o consentimento da mãe biológica, que enfrentava dificuldades financeiras.
Ainda conforme as investigações, o casal havia chegado à cidade no mês de junho, com a intenção de levar o bebê para São Paulo após o nascimento. As autoridades também apuram a participação de uma mulher residente em Manacapuru, que já foi apontada anteriormente por envolvimento em outros casos de adoção irregular. Aparelhos celulares foram apreendidos e a polícia solicitou a quebra de sigilo dos dados para identificar possíveis novas conexões com o esquema.
A delegacia também investiga a possibilidade de o casal ter levado outra criança anteriormente em circunstâncias semelhantes. Consta ainda que ambos já haviam tentado um processo de adoção legal, mas o pedido foi arquivado por falta de documentação e suspeita de tentativa de fraude.
O caso segue sob apuração pela Delegacia Especializada de Polícia de Manacapuru, que trabalha com a hipótese de uma rede informal de adoção envolvendo intermediação financeira e ocultação de informações oficiais.
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Estudante da área de saúde, Crysne Caroline Bresolin Basquera é especialista em produção de conteúdo local e regional, saúde, redes sociais e governos.