O cartão de crédito segue como a principal fonte de endividamento entre os brasileiros, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo indica que 54% dos consumidores não controlam os gastos mensais com o cartão, o que contribui significativamente para o aumento da inadimplência.
Nos últimos 12 meses, 74% dos entrevistados utilizaram o cartão de crédito. Desses, 68% afirmaram fazer uso mensal do recurso, enquanto 22% relataram utilizá-lo com frequência bimestral ou trimestral. Entre os itens mais comprados com cartão estão roupas, calçados e acessórios (51%), compras em supermercados (44%), eletrônicos (41%) e medicamentos (38%).
Ao avaliar as razões para o uso do cartão, 52% destacaram a possibilidade de parcelamento das compras, 34% mencionaram a facilidade de adquirir produtos pela internet e 33% citaram a conveniência de comprar mesmo sem ter saldo disponível. Já entre aqueles que optam por não usar essa forma de pagamento, 27% preferem pagar à vista para obter descontos e evitar tarifas ou encargos.
De acordo com José César da Costa, presidente da CNDL, o crédito pode ser um recurso importante para a aquisição de bens e serviços, mas requer uso responsável. “O crédito é um aliado importante, desde que utilizado com organização. Quando mal administrado, acaba levando ao descontrole financeiro e à inadimplência”, alertou.
Cresce o número de brasileiros que recorrem a empréstimos
O levantamento também investigou o comportamento dos consumidores em relação à contratação de crédito pessoal. Nos 12 meses anteriores à pesquisa, 23% dos entrevistados buscaram empréstimos pessoais e 14% recorreram ao crédito consignado.
Em relação ao canal de contratação, os dados mostram que 45% desses empréstimos foram realizados por meio de bancos digitais, enquanto 43% ocorreram em instituições bancárias tradicionais. O levantamento apontou ainda que o principal motivo para recorrer ao crédito foi a quitação de outras dívidas (25%), como faturas de cartão, prestações ou outros empréstimos. Já 18% utilizaram o recurso para pagar contas básicas, como água, luz e telefone, e 15% para cobrir despesas com saúde, como exames, medicamentos ou consultas médicas.
O presidente da CNDL reforçou a importância de cautela na hora de buscar crédito. “É fundamental que o consumidor esteja atento aos juros e às taxas cobradas. Muitas vezes, as opções mais acessíveis são também as que apresentam os maiores encargos. Avaliar as condições antes de contratar um serviço financeiro é essencial para evitar problemas futuros”, concluiu Costa.
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