Em atenção à Campanha Nacional de Conscientização sobre o câncer colorretal, promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), a Assembleia Legislativa do Paraná aderiu ao “Março Azul 2024”. Neste ano, a iniciativa terá como mote o slogan “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do câncer de intestino”. Por orientação da presidência da Casa, a iluminação dos prédios da Assembleia legislativa ficará na cor azul, no período de 11 a 13 e de 15 a 28 de março do corrente ano.
O objetivo da campanha é estimular o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer colorretal já nos primeiros estágios da doença por meio da prevenção. De acordo com especialistas, este tipo de câncer, que atinge o intestino grosso e o reto, é um dos tumores malignos mais frequentes no mundo e um dos mais letais.
Sobre a campanha “Março Azul”, o presidente da Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa, deputado Tercílio Turini (PSD) declarou que “todos precisamos entender que a vida saudável, com os bons hábitos alimentares, atividades físicas e a mente sempre funcionando para o bem, são fatores determinantes numa boa saúde pessoal.
Não é fácil, mas devemos nos cuidar melhor pelo bem-estar do nosso organismo. Por isso, a prevenção tem reflexos muito grandes e positivos. Claro que há situações inesperadas, estamos sujeitos a isso. Por isso, os cuidados nunca são demais. E toda campanha informativa e de alerta pode contribuir bastante: conhecer medidas preventivas, evitar se expor aos riscos, buscar qualidade de vida. As ações da Assembleia Legislativa voltadas à saúde certamente ajudam a conscientizar e salvar vidas”.
O câncer de intestino representa uma das principais causas de morte por câncer no Brasil, afetando anualmente milhares de famílias. Embora seja prevenível por meio de métodos diagnósticos acessíveis, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, a doença permanece como grande desafio para o sistema de saúde brasileiro.
A ex-secretária de saúde de Curitiba e líder do Bloco Parlamentar Temático da Saúde Pública na Assembleia Legislativa, deputada Márcia Huçulak (PSD) destaca a importância do diagnóstico precoce do câncer de intestino. “Isso faz diferença para todas as doenças, mas especialmente para o câncer colorretal”. Quando os sintomas aparecem, a doença já está bem instalada, o que dificulta o tratamento. ” A deputada Márcia lembra a necessidade de que pessoas acima de 50 anos façam exames regulares porque a partir dessa idade, o problema fica mais comum. “A saúde pública ganha muito quando as pessoas cuidam bem de si, tomando os cuidados necessários. Por isso, as campanhas de esclarecimento são muito importantes. ”
Para o coordenador da Frente Parlamentar da Medicina e Odontologia, deputado Ney Leprevost (União Brasil) “O câncer tem cura. O diagnóstico precoce é o primeiro e mais importante passo para a cura do câncer. Prevenção e tratamento fazem a diferença”.
Pelo quarto ano, a campanha busca conscientizar profissionais de saúde, gestores e decisores políticos e pacientes sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado do câncer de intestino, visando diminuir sua incidência no País. A iniciativa enfatiza a colaboração entre o sistema de saúde e as entidades de especialidades médicas, com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar da população brasileira.
“A mensagem principal do Março Azul é mostrar a importância da prevenção do câncer de intestino. Está provado cientificamente que a remoção de pólipos adenomatosos realizada durante a colonoscopia previne e evita o surgimento do câncer de intestino. Então, mais que o diagnóstico precoce, que também é importante e salva vidas, precisamos conscientizar a população sobre a prevenção”, ressalta o presidente da SBCP, Helio Moreira.
Os principais sintomas da doença incluem alterações recentes no hábito intestinal, como diarreia ou constipação que não se resolve espontaneamente ou com medicação, presença de sangue nas fezes, cólicas abdominais persistentes, dor durante a defecação e/ou sensação de evacuação incompleta, redução do apetite que pode ou não estar acompanhada de perda de peso, e anemia.
“Por isso é fundamental estar atento a esses sinais e procurar avaliação médica para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. Alguns pacientes podem não apresentar qualquer tipo de sintoma nas fases iniciais da doença, o que torna mais importante a utilização de exames diagnósticos como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia para diagnóstico precoce do câncer de intestino, notadamente em indivíduos com mais de 50 anos”, lembra Sergio Pessoa, presidente da FBG.
“A alta incidência do câncer de intestino segue nos desafiando a conscientizar e proteger a população de uma doença que pode ser prevenida e combatida com exames simples. Essa é uma ação que foca na proteção à saúde e à vida do brasileiro”, afirma o médico Herberth Toledo, presidente da SOBED. “Para nós, o Março Azul traduz a nossa responsabilidade com a população e com a orientação às políticas públicas. Nossa missão de contribuir para a qualidade de vida das pessoas”, justifica. Segundo ele, todas as regionais da SOBED, SBCP e FBG estão mobilizadas para disseminar a campanha e conscientizar a população em todo o País.
Também chamado de câncer colorretal, doença atinge 40 mil brasileiros ao ano, mas diagnóstico precoce oferece até 90% de possibilidade de cura. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), espera-se que entre 2023 e 2025 ocorram 45.630 novos casos de câncer colorretal no Brasil, potencialmente afetando mais de 136 mil brasileiros. O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, divididos entre 21.970 homens e 23.660 mulheres.
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS, referentes a 2020, indicam que 20.245 pessoas faleceram devido ao câncer de cólon, reto e ânus, ressaltando a urgência de ações preventivas e de conscientização. Atualmente, cerca de 85% dos casos de câncer de intestino são diagnosticados em fase avançada, o que aumenta os custos com o atendimento de saúde – cirurgias, quimioterapia, radioterapia – e diminui as chances de cura para um dos tumores malignos mais frequentes e fatais no País.