A agropecuária brasileira segue mostrando força no mercado nacional e internacional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o terceiro trimestre de 2024 foi marcado por recordes históricos na produção de carnes bovina, suína e de frango.
Esses números reforçam o protagonismo do Brasil no setor de proteína animal, com impactos significativos para a economia e exportações do país. A notícia não só traz otimismo para os produtores, mas também evidencia os desafios e oportunidades para o setor nos próximos anos.
No período analisado, o Brasil abateu 8,3 milhões de cabeças de bovinos, registrando um crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No segmento de suínos, foram abatidos 15,4 milhões de cabeças, um aumento de 5%. Já o setor avícola teve o maior destaque, com 1,58 bilhão de frangos abatidos, superando em 2,6% o recorde anterior. Esses números são resultado de uma combinação de fatores, como a alta demanda internacional, melhorias tecnológicas no setor e o clima favorável.
Segundo especialistas, o aumento no abate de bovinos reflete a recuperação do mercado interno, impulsionado pela queda no preço da carne e maior poder de compra da população. No caso da carne suína, a demanda internacional, especialmente da China, foi determinante para o avanço. A avicultura, por sua vez, manteve seu posto como o segmento mais resiliente, atendendo tanto o mercado interno quanto as exportações.
O desempenho das exportações também contribuiu para o recorde alcançado no trimestre. Com o dólar em alta e uma demanda crescente de países asiáticos, como China e Japão, o Brasil consolidou sua posição como um dos maiores exportadores globais de proteínas animais. Apenas no terceiro trimestre, as exportações de carne bovina atingiram 620 mil toneladas, enquanto a carne suína alcançou 310 mil toneladas e a de frango superou 1,2 milhão de toneladas.
Além da China, outros mercados importantes, como Oriente Médio e Europa, também ampliaram suas compras de carne brasileira. Isso reforça a importância de manter padrões sanitários rigorosos e investir em certificações internacionais que garantam a competitividade do produto no exterior.
Outro fator crucial para o desempenho recorde foi o avanço tecnológico aplicado ao setor agropecuário. Nos últimos anos, os pecuaristas têm investido em sistemas de confinamento, manejo sustentável e melhoramento genético dos rebanhos, o que aumenta a produtividade e a qualidade das carnes. Além disso, a rastreabilidade tornou-se um diferencial competitivo, assegurando que a origem e os padrões de produção atendam às exigências do mercado internacional.
No setor avícola, as inovações em nutrição animal e controle sanitário foram determinantes para o aumento na produção. Já na suinocultura, a modernização das granjas e o uso de tecnologias de inteligência artificial têm permitido um manejo mais eficiente, reduzindo custos e otimizando os resultados.
O recorde na produção de carnes traz impactos diretos e indiretos para a economia brasileira. O setor gera milhões de empregos, desde a criação dos animais até o transporte e comercialização. Além disso, as exportações de carne desempenham um papel essencial no superávit da balança comercial brasileira, contribuindo para o fortalecimento do agronegócio como um dos pilares econômicos do país.
No entanto, o crescimento acelerado também levanta questões importantes. Especialistas alertam para a necessidade de equilibrar o aumento na produção com a sustentabilidade ambiental. O desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa estão entre os desafios que o Brasil precisa enfrentar para manter sua liderança global sem comprometer recursos naturais.
As perspectivas para o setor são otimistas, mas exigem planejamento estratégico. O Brasil tem condições de ampliar ainda mais sua participação no mercado internacional, desde que invista em infraestrutura logística, como portos e ferrovias, e continue a diversificar seus mercados. Além disso, a adesão a práticas sustentáveis será cada vez mais um requisito para atender às exigências dos consumidores globais.
Por outro lado, o mercado interno também apresenta oportunidades. Com a inflação controlada e a retomada econômica, a tendência é de maior consumo de carne pela população brasileira. Esse cenário favorece os produtores e reforça a importância de políticas públicas que estimulem o setor.