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Brasil registra demanda de R$ 2,2 bilhões para projetos de reciclagem e economia circular

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O Brasil registrou um marco importante para o setor ambiental ao encerrar o primeiro ciclo de seleção da Lei de Incentivo à Reciclagem (LIR). A legislação, criada em 2021 para estimular a economia circular, chega ao fim de 2025 com resultados expressivos: pedidos que totalizam R$ 2,2 bilhões para financiar projetos voltados ao reaproveitamento de resíduos e ao fortalecimento da cadeia de reciclagem.

A etapa foi conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que trabalhou em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação, a Secretaria-Geral da Presidência e o Banco do Brasil. Mais de 950 propostas foram enviadas de 26 estados, demonstrando amplo interesse nacional no setor.

O ciclo de inscrições, concluído em 31 de outubro, reforça o avanço da pauta da economia circular e aponta para o crescimento do modelo de transformação de resíduos em insumos produtivos. Para especialistas do setor, o volume de projetos indica maturidade e capacidade de expansão deste mercado.

Segundo representantes da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), o avanço é promissor, mas precisa estar acompanhado de continuidade e planejamento. A entidade destaca que o Brasil recicla apenas 8,4% do total de resíduos produzidos e que a cadeia ainda enfrenta desafios estruturais, especialmente relacionados à informalidade.

Estima-se que mais de 600 mil catadores atuem no país, com volume superior ao recolhido por sistemas municipais formais. Para o setor, o governo deve ampliar a participação desses trabalhadores nas políticas públicas, incluindo investimentos em infraestrutura, equipamentos e apoio à coleta seletiva de abrangência nacional.

De acordo com o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf, o valor apresentado pelos projetos comprova que a lei se tornou “instrumento eficaz na atração de investimentos”. Entre as propostas avaliadas pelo Ministério, destacam-se ações de fortalecimento de cooperativas, melhorias tecnológicas para reciclagem, estruturação de cadeias municipais e criação de centros de referência em materiais reaproveitáveis.

Especialistas também reforçam que não basta financiar infraestrutura. Para que a economia circular avance de forma duradoura, é essencial investir em educação ambiental. A Abrema destaca que o sucesso da política depende da consciência da população sobre responsabilidade no descarte e engajamento na coleta seletiva. Sem isso, afirmam, não haverá reciclagem eficiente nem cadeia sustentável.

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