Os primeiros meses de 2025 já registraram temperaturas elevadas, e esse calor intenso não deve dar trégua tão cedo.
Segundo previsões da Climatempo, uma nova onda de calor se instalará pelo país a partir desta semana, trazendo temperaturas ainda mais altas para diversas regiões, especialmente no centro-sul.
O fenômeno ocorre devido à chegada de uma massa de ar quente pelo extremo-sul do Brasil, que ganhará força e se espalhará gradativamente pelo território nacional. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma onda de calor é caracterizada quando as temperaturas máximas diárias ultrapassam em 5°C ou mais a média mensal por pelo menos cinco dias consecutivos.
Esse cenário já vem sendo observado em diversas regiões do país, indicando que os impactos dessa nova onda de calor podem ser ainda mais severos do que os já registrados nos primeiros meses do ano.
Regiões mais afetadas pelo calor extremo
A nova onda de calor deve atingir, com maior intensidade, estados como Rio Grande do Sul, oeste e sul de Santa Catarina, Paraná, oeste e sul de São Paulo, além do sudoeste e sul de Mato Grosso do Sul.
No entanto, o aumento da temperatura será sentido em todas as regiões do Brasil, com médias acima do esperado para este período do ano. Municípios do Centro-Oeste e Norte do país, como Cuiabá e Palmas, também devem registrar recordes de calor, ultrapassando os 40°C em alguns dias.
Embora o Sudeste tenha registrado uma leve redução nas temperaturas nos últimos dias, a situação pode mudar rapidamente. Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, as altas temperaturas serão acompanhadas por pancadas de chuva isoladas no período da tarde, o que pode proporcionar uma breve sensação de alívio térmico.
No entanto, essa combinação de calor e umidade pode intensificar tempestades e gerar transtornos como alagamentos e rajadas de vento fortes.
Impactos da onda de calor na saúde e no meio ambiente
Temperaturas excessivamente elevadas podem trazer impactos significativos para a saúde da população, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
A desidratação e o risco de insolação aumentam substancialmente em períodos prolongados de calor extremo, tornando essencial a ingestão de líquidos e o uso de proteção contra a exposição direta ao sol. Além disso, há um aumento na incidência de problemas cardiovasculares, respiratórios e dermatológicos, exigindo maior atenção dos serviços de saúde.
No meio ambiente, os efeitos também são preocupantes. O aumento das temperaturas intensifica a evaporação da umidade do solo, prejudicando a agricultura e elevando o risco de queimadas em áreas florestais.
Estados como Mato Grosso, Pará e Tocantins já registram índices críticos de umidade relativa do ar, o que favorece o avanço de focos de incêndio. Além disso, a sobrecarga no consumo de energia elétrica devido ao uso constante de aparelhos de climatização pode pressionar ainda mais o fornecimento de eletricidade no país.
Especialistas alertam para o risco de apagões pontuais caso o consumo continue crescendo de maneira descontrolada.
Efeitos da onda de calor no setor econômico
O setor econômico também sente os impactos das temperaturas elevadas. A indústria e o comércio enfrentam desafios como o aumento dos custos operacionais devido ao maior consumo de energia elétrica. Pequenos negócios, especialmente os que dependem de refrigeração, podem sofrer perdas devido ao superaquecimento de equipamentos.
O agronegócio, fundamental para a economia brasileira, pode enfrentar dificuldades devido à redução na produtividade de culturas como milho e soja, que necessitam de níveis adequados de umidade para se desenvolverem corretamente.
Os setores de turismo e lazer, por outro lado, podem experimentar um aumento na procura por destinos litorâneos e resorts com infraestrutura para enfrentar o calor. As vendas de ventiladores, climatizadores e ar-condicionado também devem continuar em alta, refletindo a necessidade de adaptação das residências e estabelecimentos comerciais para enfrentar as altas temperaturas.
O que esperar para as próximas semanas?
Os meteorologistas alertam que o calor deve persistir ao longo de março, com algumas oscilações nas temperaturas dependendo da chegada de frentes frias e da umidade do ar. No entanto, a predominância da massa de ar quente sugere que os dias seguirão abafados na maior parte do território brasileiro.
Além disso, especialistas apontam que as mudanças climáticas podem tornar eventos extremos como essa onda de calor cada vez mais frequentes, exigindo ações de mitigação e adaptação por parte da população e das autoridades.
Diante desse cenário, a recomendação dos especialistas é que a população adote medidas preventivas para minimizar os impactos do calor intenso. Evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes do dia, manter-se hidratado e utilizar roupas leves são algumas das principais precauções para enfrentar a onda de calor de maneira mais segura.
O uso de protetor solar, a busca por locais com sombra e ventilação adequada e a atenção redobrada com crianças e idosos são atitudes fundamentais para prevenir complicações de saúde.
Além disso, empresas e indústrias devem investir em alternativas sustentáveis para minimizar o impacto da alta demanda energética, como o uso de energia solar e medidas para reduzir o consumo de eletricidade nos horários de pico. Autoridades municipais e estaduais também devem reforçar campanhas de conscientização e medidas emergenciais para enfrentar os efeitos das temperaturas extremas.