Na semana do dia 15 de abril, os olhos do comércio exterior voltam-se para Buenos Aires, onde os secretários de Comércio do Brasil e Argentina, Pablo Lavigne e Tatiana Prazeres, respectivamente, se encontrarão pessoalmente pela primeira vez desde a posse do governo ultraliberal de Javier Milei. Este encontro ganha ainda mais relevância diante da queda significativa de 28% nas exportações brasileiras para o mercado argentino no primeiro trimestre deste ano.
Com a Argentina enfrentando dificuldades econômicas e uma previsão de contração de 2,8% do PIB para 2024, é natural que as exportações brasileiras para o país vizinho tenham sido afetadas. No entanto, mesmo em meio a esses desafios, a Argentina permanece como o quarto maior mercado para produtos brasileiros, evidenciando a importância estratégica dessa relação comercial.
Assuntos principais:
Brasil e Argentina: Negociações em Pauta
O encontro entre Tatiana Prazeres e Pablo Lavigne visa buscar soluções para impulsionar o comércio bilateral e superar as barreiras que atualmente limitam as trocas comerciais entre os dois países. Uma das iniciativas em curso por parte do governo argentino é a tentativa de eliminar barreiras aduaneiras e licenças especiais para importações, que eram parte do comércio regulado no governo anterior.
Um dos pontos de discussão será o novo arranjo cambial estabelecido pelo governo Milei, no qual o Banco Central fraciona a liberação de dólares para empresas pagarem suas compras no exterior. Apesar das avaliações positivas iniciais, ainda existem incertezas em relação a esse mecanismo e suas consequências para as exportações brasileiras.
Perspectivas para o Futuro
Tatiana Prazeres não ofereceu estimativas precisas sobre a queda nas exportações brasileiras para a Argentina em 2024, mas reconhece os desafios enfrentados pelas empresas, especialmente devido à demanda reduzida no mercado argentino. O cenário já era desafiador em 2023, quando o aumento das exportações estava baseado principalmente em setores específicos como soja e energia elétrica, devido a condições climáticas adversas na Argentina.
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Conclusão
Embora não esteja previsto nenhum novo mecanismo de financiamento para sustentar o comércio bilateral entre Brasil e Argentina no momento, o encontro entre os secretários de Comércio sinaliza uma abertura para o diálogo e a busca por soluções conjuntas. No entanto, é fundamental que qualquer iniciativa futura leve em consideração as necessidades e preocupações tanto do setor privado quanto dos governos envolvidos, a fim de promover uma relação comercial sólida e mutuamente benéfica entre o Brasil e a Argentina.
Em meio aos desafios econômicos enfrentados pela Argentina e à queda nas exportações brasileiras para o país vizinho, o encontro entre os secretários de Comércio do Brasil e Argentina representa um passo importante na busca por soluções e na promoção de uma relação comercial mais sólida e mutuamente benéfica. Apesar das incertezas em relação ao novo arranjo cambial e aos desafios enfrentados pelas empresas exportadoras, a disposição para o diálogo e a cooperação entre os dois países Brasil e Argentina são fundamentais para superar os obstáculos e fortalecer os laços comerciais no Mercosul.