O mercado de trabalho brasileiro enfrentou desafios em 2023, quando o país abriu 1,48 milhão de vagas de emprego formal, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Embora seja um número significativo, representa uma queda de 26,3% em relação ao ano anterior, quando o país registrou 2,013 milhões de vagas com carteira assinada. Essa queda surpreendeu o governo, que tinha a meta de criar dois milhões de postos de trabalho em 2023. Neste artigo, analisaremos os principais dados e fatores por trás desse desempenho e como isso impactou diferentes setores e regiões do país.
Queda em Relação a 2022
O número de 1,48 milhão de vagas criadas em 2023 representa o segundo menor saldo desde o início da pandemia de covid-19 em 2020, quando o país enfrentou uma crise e registrou um saldo negativo de 191 mil postos de trabalho. O governo, em agosto do ano passado, reforçou a meta de criação de empregos, mas em outubro já previa que seria difícil cumpri-la.
No acumulado de 2023, o saldo foi de 1.483.598 postos de trabalho, resultado de 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos. Dentro desse contexto, 17,2% dos empregos criados são caracterizados como não típicos, com predominância de trabalhadores com menos de 30 horas e contratos intermitentes. Esse grupo, composto por menos de 30 horas (124.895) e intermitentes (87.021), registrou o maior saldo.
Analisando os setores, todos os cinco pesquisados pelo Caged tiveram saldo positivo na criação de empregos em 2023. O setor de Serviços liderou a geração, com um saldo de 886.256 postos de trabalho. Em seguida, o comércio registrou 276.528, a construção civil com 158.940, a indústria com 127.145 e a agropecuária com 34.762 postos criados.
Diferenças Regionais
As diferenças regionais também se destacam, com alguns estados liderando a criação de empregos e outros registrando números mais baixos. São Paulo teve o maior saldo, com 390.719 empregos criados, seguido pelo Rio de Janeiro com 160.570 e Minas Gerais com 140.836. Por outro lado, Acre, Roraima e Amapá tiveram os menores números de empregos criados.
Os resultados apontam que a geração de empregos foi maior entre os homens, com 840.740 postos de trabalho criados, enquanto as mulheres receberam menos postos de trabalho, totalizando cerca de 642.892.
Dados de dezembro
Em dezembro, o país enfrentou um desafio, fechando 430.159 postos de trabalho, resultado da diferença entre 1.502.563 admissões e 1.932.722 desligamentos no período. O governo atribui esse resultado ao ajuste sazonal realizado todo ano no mês de dezembro.
O cenário do mercado de trabalho em 2023 no Brasil foi marcado por uma queda na criação de empregos em relação ao ano anterior. Isso apresentou desafios tanto para o governo quanto para a população em busca de oportunidades. As diferenças entre setores, regiões e gêneros também foram evidentes nos dados. À medida que o país enfrenta esses desafios, é crucial acompanhar de perto as tendências e políticas que impactam o mercado de trabalho, buscando soluções para promover o crescimento e a estabilidade econômica.