O tratamento de câncer no Brasil ganhou um aliado poderoso nos últimos anos: a terapia celular CAR-T. Desde que o governo de São Paulo ampliou o programa de tratamento com CAR-T, centros de saúde em São Paulo e Ribeirão Preto têm proporcionado novas esperanças para pacientes diagnosticados com câncer, especialmente aqueles com formas mais agressivas da doença. O tratamento, que utiliza células do próprio paciente para combater o câncer, tem mostrado resultados animadores, com alguns casos de remissão completa dos tumores.
O programa de terapia CAR-T foi expandido em 2022, com o objetivo de aumentar a capacidade de tratamento de até 300 pacientes por ano. Essa iniciativa é fruto de um acordo de cooperação entre o Instituto Butantan, a Universidade de São Paulo (USP) e o Hemocentro de Ribeirão Preto. Desde sua implementação, o programa tem produzido compostos para a terapia CAR-T, que têm mostrado resultados positivos no combate ao câncer, com a utilização de verbas provenientes de instituições como a Fapesp e o CNPq.
Com terapia celular CAR-T Cell, Paulo Peregrino teve remissão completa de um linfoma em apenas um mês – Arquivo pessoal
A terapia CAR-T, uma forma avançada de tratamento imunológico, é um procedimento que utiliza células T modificadas geneticamente para identificar e destruir células cancerígenas. Esse tratamento tem sido um divisor de águas no tratamento de cânceres refratários, especialmente leucemias e linfomas, oferecendo novas alternativas para pacientes que não respondiam aos tratamentos tradicionais.
Até o momento, 14 pacientes receberam o tratamento CAR-T no Brasil, com resultados que surpreenderam os médicos e especialistas. De acordo com o professor de hematologia responsável pelo tratamento, as respostas observadas nos pacientes são altamente promissoras. Todos os pacientes tratados até agora mostraram uma remissão de pelo menos 60% dos tumores, o que é um grande avanço considerando a gravidade das condições para as quais o tratamento foi aplicado.
Em um caso específico, o paciente Paulo Peregrino foi tratado com a terapia CAR-T e apresentou uma resposta imediata, o que impressionou os médicos envolvidos. O tratamento demonstrou resultados visíveis rapidamente, com as imagens de PET scan mostrando a completa dissolução dos tumores em apenas um mês. Embora a cura ainda não possa ser confirmada, devido à possibilidade de recaídas, o fato de o paciente estar livre dos tumores neste momento é um marco importante na medicina.
O sucesso da terapia CAR-T no Brasil representa um avanço significativo para a saúde pública, especialmente para pacientes que não tinham outras alternativas de tratamento. O uso dessa terapia inovadora no Sistema Único de Saúde (SUS) demonstra o compromisso do país em proporcionar acesso a tratamentos de ponta para a população. A possibilidade de oferecer essa terapia em centros de saúde no Brasil também reflete a crescente capacidade nacional em desenvolver e implementar tratamentos complexos de forma eficaz.
A produção de terapias celulares, como a CAR-T, no Brasil é um exemplo do potencial que o país tem de se tornar um polo de inovação na área da saúde. O trabalho conjunto entre o Instituto Butantan, a USP e o Hemocentro de Ribeirão Preto é um exemplo de como a colaboração entre diferentes instituições pode resultar em avanços significativos para o tratamento de doenças graves, como o câncer.
Embora os resultados iniciais sejam extremamente promissores, ainda há desafios a serem enfrentados. O tratamento CAR-T é complexo e caro, o que limita o acesso a ele para grande parte da população. Além disso, como observam os médicos envolvidos, embora a remissão dos tumores seja visível, o tratamento ainda não pode ser considerado uma cura definitiva. A doença pode voltar após algum tempo, e o acompanhamento contínuo dos pacientes é essencial.
A expectativa é que, com o avanço da tecnologia e a ampliação do programa de terapia celular, o Brasil consiga tratar um número cada vez maior de pacientes e desenvolver formas de tornar o tratamento mais acessível. As pesquisas em andamento têm como objetivo melhorar a eficácia da terapia e, eventualmente, encontrar formas de oferecer cura a longo prazo para os pacientes.
A terapia CAR-T, embora uma novidade no Brasil, já tem sido utilizada em outros países com resultados bastante positivos. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, diversos pacientes têm se beneficiado da tecnologia, com altas taxas de sucesso em tratamentos de câncer. O fato de o Brasil estar adotando essa terapia e obtendo resultados semelhantes aos de países desenvolvidos é um indicativo de que o país está se aproximando dos melhores centros de tratamento do mundo.
Os resultados no Brasil, com pacientes alcançando remissões significativas e até mesmo uma possível cura a longo prazo, são animadores. Isso coloca o Brasil em uma posição de destaque no cenário internacional de tratamentos para o câncer, especialmente no campo das terapias celulares.
Com a ampliação da produção local de compostos para terapia CAR-T, o Brasil tem a oportunidade de avançar ainda mais na luta contra o câncer. O programa, que inicialmente tem capacidade para tratar até 300 pacientes por ano, pode expandir conforme a demanda e os avanços tecnológicos. Além disso, os resultados positivos observados até agora podem abrir portas para a inclusão de outras doenças no escopo da terapia CAR-T.
A terapia CAR-T representa uma revolução no tratamento de cânceres agressivos e difíceis de tratar. Com o apoio de instituições como a Fapesp, o CNPq e a colaboração entre o Instituto Butantan, a USP e o Hemocentro de Ribeirão Preto, o Brasil está fazendo progressos significativos no tratamento do câncer e pode se tornar um líder mundial nesse campo.