Brasil atualiza plano contra mpox em resposta a nova variante

Diante do aumento de casos de mpox e da circulação de uma nova variante do vírus na África, o Ministério da Saúde do Brasil convocou, para esta terça-feira (13), uma reunião com especialistas para discutir a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no país.

A medida visa fortalecer as estratégias de vigilância e assistência médica, garantindo que o Brasil esteja preparado para enfrentar qualquer eventualidade relacionada à mpox, também conhecida como varíola dos macacos.

Desde o início de 2024, o Brasil registrou 709 casos de mpox e 16 óbitos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Embora a situação seja considerada de baixo risco no momento, as autoridades brasileiras estão em alerta devido ao surgimento de uma nova variante do vírus na África, especialmente na República Democrática do Congo.

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Essa variante tem mostrado uma taxa de mortalidade mais alta e a capacidade de se espalhar de pessoa para pessoa, aumentando o potencial de disseminação internacional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem acompanhado de perto a evolução da mpox em todo o mundo, e o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou recentemente um comitê de emergência para avaliar a situação na África e o risco de propagação global.

Em um cenário onde a mobilidade internacional facilita a disseminação de doenças, é essencial que os países mantenham um alto nível de vigilância e estejam preparados para responder rapidamente a novos surtos.

O Ministério da Saúde do Brasil, ciente da gravidade da situação global, decidiu revisar e atualizar seu plano de contingência para a mpox. A reunião convocada para esta terça-feira envolve especialistas em saúde pública, representantes de órgãos de vigilância e profissionais de diversas áreas médicas, que juntos irão discutir as melhores práticas para prevenção e controle da doença no país.

Entre as medidas que devem ser reavaliadas estão as estratégias de vigilância epidemiológica, que incluem a intensificação do monitoramento de casos suspeitos e confirmados, a implementação de protocolos de isolamento para pacientes infectados e a comunicação efetiva com a população sobre os riscos e formas de prevenção. Além disso, a assistência médica também será foco da discussão, com a necessidade de garantir que as unidades de saúde estejam preparadas para atender possíveis pacientes com mpox.

A vacinação contra a mpox tem sido uma ferramenta crucial na luta contra a doença, especialmente em contextos de emergência de saúde pública. Em 2023, o Brasil realizou uma campanha de vacinação emergencial com doses autorizadas provisoriamente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essas vacinas foram aplicadas prioritariamente em grupos de risco, incluindo profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados.

Com a nova variante em circulação e o aumento de casos, a possibilidade de uma nova campanha de vacinação está sendo considerada. A OMS já solicitou que os fabricantes de vacinas submetam pedidos de análise para o uso emergencial das doses, o que pode acelerar a disponibilidade de vacinas em situações de emergência. Caso novas evidências científicas apontem para a necessidade de ajustes no plano de imunização, o Ministério da Saúde está preparado para adotar as ações necessárias.

A Organização Mundial da Saúde tem desempenhado um papel fundamental na coordenação da resposta global à mpox. Desde o início do surto em 2022, a OMS tem trabalhado para garantir que os países mantenham suas capacidades de vigilância e resposta, mesmo após a desclassificação da mpox como emergência de saúde pública de importância internacional em 2023. A entidade continua a monitorar a situação e a fornecer orientações atualizadas com base nas evidências científicas mais recentes.

A recente convocação de um comitê de emergência para avaliar o surto na África destaca a seriedade com que a OMS encara a situação. A decisão de incluir a nova variante da mpox na lista de doenças prioritárias para a vacinação e o desenvolvimento de tratamentos é uma medida preventiva essencial para evitar uma disseminação global. A colaboração internacional, especialmente entre países com recursos limitados e organizações como a Gavi e o Unicef, será crucial para garantir que as vacinas e outros insumos de saúde cheguem a todos os que precisam.

A África, particularmente a República Democrática do Congo, tem sido o epicentro da mpox desde que a doença começou a se espalhar de forma mais intensa nos últimos anos. A nova variante do vírus, que surgiu recentemente na região, apresenta características que a tornam especialmente preocupante, incluindo uma maior capacidade de transmissão entre humanos e uma taxa de mortalidade mais elevada do que as cepas anteriores.

Essa situação alarmante levou a OMS a intensificar seus esforços na região, trabalhando com governos locais e organizações internacionais para conter o surto e evitar que a doença se espalhe para outras partes do mundo. A preocupação com a disseminação global não é infundada, especialmente em um mundo onde as viagens internacionais são comuns e as fronteiras são permeáveis.

No Brasil, o risco de disseminação da nova variante ainda é considerado baixo, mas as autoridades estão tomando todas as precauções para garantir que o país esteja preparado para qualquer eventualidade. O monitoramento contínuo das informações da OMS e de outras instituições globais de saúde, como o CDC dos Estados Unidos, é essencial para manter o Brasil seguro.

Um dos aspectos mais importantes na gestão de uma crise de saúde pública, como a da mpox, é a comunicação clara e eficaz com a população. O Ministério da Saúde do Brasil tem reforçado a necessidade de manter a população informada sobre os riscos da mpox, os sintomas da doença e as medidas de prevenção que podem ser adotadas para evitar a infecção.

Além disso, é fundamental combater a desinformação, que pode se espalhar rapidamente, especialmente em tempos de crise. A educação em saúde deve ser uma prioridade, com campanhas informativas que alcancem todas as regiões do país, incluindo áreas rurais e comunidades mais vulneráveis. Somente com uma população bem informada é possível garantir uma resposta eficaz e prevenir a disseminação da doença.