Bomba lançada de parapente mata ao menos 40 pessoas durante festival religioso

Bomba lançada de parapente mata ao menos 40 pessoas durante festival religioso

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Uma cena de horror marcou a noite de segunda-feira (6) em Mianmar. Pelo menos 40 pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas depois que um parapente motorizado lançou explosivos sobre uma multidão reunida em um festival religioso, na região de Sagaing. Segundo informações da BBC News, o ataque foi executado por forças ligadas ao regime militar.

O evento, que também servia como protesto pacífico contra o alistamento militar obrigatório, ocorria durante um feriado nacional. Testemunhas relataram que havia crianças entre as vítimas e que o local foi tomado pelo pânico após as explosões.

Guerra civil e escalada da violência

Desde o golpe militar de 2021, Mianmar mergulhou em uma guerra civil sangrenta, que já provocou milhares de mortes e milhões de deslocados. Nos últimos meses, o Exército intensificou bombardeios aéreos e operações terrestres para retomar áreas controladas pelas Forças de Defesa do Povo (PDF) — milícias civis que resistem ao governo autoritário.

A região de Sagaing é um dos bastiões dessa resistência. Um membro local da PDF afirmou à BBC que havia recebido alertas sobre uma possível ofensiva aérea e tentou dispersar o público antes do ataque. “Tudo aconteceu em sete minutos. Vi pessoas sendo atingidas bem ao meu lado”, contou. O militante ficou ferido, mas sobreviveu.

Relatos

Moradores locais descreveram cenas de devastação. “Crianças foram completamente despedaçadas”, disse um residente. Outro afirmou que foi preciso recolher partes dos corpos ao amanhecer. As imagens chocaram até mesmo organizações humanitárias que acompanham o conflito.

A Anistia Internacional condenou o episódio e classificou o uso de parapentes motorizados em ataques contra civis como uma “tendência alarmante” dentro do conflito. A entidade também destacou a crescente sofisticação do arsenal usado pelo Exército, apesar das sanções internacionais que restringem a compra de armamentos.

Especialistas afirmam que o regime birmanês vem recebendo equipamentos militares e drones de última geração de China e Rússia, o que tem garantido superioridade aérea sobre as forças rebeldes. O ataque desta semana reforça o temor de que o uso de novas tecnologias agrave ainda mais as violações de direitos humanos no país.

Vigília pela liberdade

O festival atingido havia sido organizado como uma vigília pacífica para protestar contra o alistamento militar obrigatório, as eleições previstas para dezembro e pela libertação de presos políticos. O ataque, segundo ativistas locais, representa um duro golpe simbólico contra as tentativas de resistência pacífica da população civil.

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