Bolsas europeias fecham em alta com otimismo dos EUA e avanço da Bayer

As bolsas europeias fecharam, em sua maioria, em alta nesta sexta-feira, 16 de agosto, encerrando uma semana marcada por otimismo e ganhos sólidos nos principais mercados do continente. Os investidores, cada vez mais confiantes de que os temores de uma recessão nos Estados Unidos foram exagerados, impulsionaram as ações, que haviam sofrido uma forte liquidação global no início do mês.

Além disso, a desaceleração da inflação americana alimentou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa começar a reduzir as taxas de juros já em setembro, um movimento que animou os mercados.

O índice FTSE 100, de Londres, destoou dos demais ao registrar uma queda de 0,43%, encerrando a semana em 8.311,41 pontos. Esse recuo interrompeu uma sequência de cinco dias de alta, influenciado principalmente pela decepção com a recuperação das vendas no varejo britânico, que ficou aquém das expectativas. A desvalorização das commodities também contribuiu para a queda, afetando ações de grandes empresas como BP (-0,50%) e Fresnillo (-2,03%).

Em contrapartida, o CAC 40, de Paris, avançou 0,35%, fechando em 7.449,70 pontos, e o DAX, de Frankfurt, subiu 0,80%, encerrando a sessão em 18.328,85 pontos. Ambos os índices prolongaram seus ganhos pela quarta sessão consecutiva, refletindo o sentimento positivo dos investidores em relação às perspectivas econômicas. Na semana, o FTSE 100 acumulou uma alta de 1,76%, enquanto o CAC 40 subiu 2,48% e o DAX registrou um impressionante ganho de 3,42%.

Um dos destaques da semana foi o desempenho das ações da Bayer, que saltaram 8,67% em Frankfurt após uma decisão judicial favorável nos Estados Unidos relacionada ao herbicida Roundup. A empresa alemã, que enfrenta uma série de litígios devido a alegações de que o Roundup causa câncer, recebeu um impulso significativo com a possibilidade de encerrar o caso na Suprema Corte dos EUA. Analistas do Barclays destacaram que, embora ainda haja um longo caminho pela frente, a reação positiva no preço das ações da Bayer foi justificada.

Outro movimento notável no mercado foi observado em Copenhague, onde as ações da empresa de biotecnologia Bavarian Nordic subiram 17,83%. A Bavarian Nordic é a única fabricante de uma vacina aprovada para a Mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. O alerta emitido pela agência de saúde da União Europeia sobre a expectativa de novos casos de uma variante perigosa da doença, seguido de um diagnóstico confirmado na Suécia, impulsionou as ações da empresa.

A desaceleração da inflação nos Estados Unidos teve um impacto significativo nos mercados globais, particularmente nas bolsas europeias. A expectativa de que o Fed possa começar a reduzir as taxas de juros a partir de setembro trouxe um alívio para os investidores, que vinham temendo os efeitos de uma política monetária mais restritiva na economia global. A perspectiva de juros mais baixos nos EUA beneficia as ações europeias, especialmente aquelas de setores que dependem de financiamento barato para crescer.

Os analistas apontam que a queda da inflação nos EUA não apenas diminui a pressão sobre o Fed para continuar aumentando os juros, mas também sugere que a economia americana pode estar se estabilizando, afastando os temores de uma recessão profunda. Este otimismo se refletiu na performance positiva das bolsas europeias ao longo da semana, com os investidores retomando posições em ações que haviam sido vendidas durante a liquidação anterior.

Enquanto a maioria das bolsas europeias seguiu uma trajetória ascendente, o mercado britânico enfrentou desafios que levaram o FTSE 100 a uma queda nesta sexta-feira. As vendas no varejo no Reino Unido, que mostraram uma recuperação menor do que o esperado, foram um dos principais fatores por trás do desempenho negativo do índice.

A desaceleração das vendas no varejo reflete as dificuldades enfrentadas pela economia britânica, que lida com a inflação persistente, incertezas políticas e o impacto do Brexit. Esses fatores têm pressionado o poder de compra dos consumidores, resultando em uma recuperação econômica mais lenta do que em outros países europeus. Como consequência, as ações de empresas ligadas ao consumo doméstico e à indústria de commodities foram particularmente afetadas.

Em Milão, os investidores voltaram às compras com vigor após o feriado nacional na Itália, o que impulsionou o índice referencial FTSE MIB a uma alta de 2,20%, fechando em 33.040,81 pontos. Esse desempenho robusto reflete o otimismo renovado dos investidores italianos, que retomaram suas atividades após a pausa, aproveitando o ambiente favorável nos mercados globais.

Nos demais mercados da região, o PSI 20, de Lisboa, também registrou um desempenho positivo, com alta de 0,44%, fechando a 6.655,90 pontos. Esses movimentos confirmam a tendência geral de alta nas bolsas europeias, impulsionada pela percepção de que o cenário econômico global pode não ser tão sombrio quanto se temia anteriormente.