Baú de armas medievais encontrado em navio submerso

Foto da capa: Florian Huber

Nas profundezas do mar Báltico um baú de armas foi encontrado, em uma saga épica de descobertas emerge das sombras dos destroços da nau capitânia real Gribshunden. Sob a habilidosa investigação de arqueólogos subaquáticos da Universidade de Södertörn e do CEMAS/Instituto de Arqueologia e Cultura Antiga da Universidade de Estocolmo, revelações sem precedentes vêm à tona. O Gribshunden, outrora o orgulho do Rei João I da Dinamarca, naufragou em 1495 nas costas suecas, e sua história ressurgiu das profundezas em uma explosão de novos insights.

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Baú de armas

A jornada mais recente de exploração, realizada em maio do ano passado, trouxe à luz uma riqueza de descobertas inestimáveis. Equipada com câmeras subaquáticas e tecnologia fotogramétrica 3D, a equipe de pesquisa, liderada pelo professor Johan Rönnby e pelo candidato ao doutorado Rolf Warming, mergulhou nas águas geladas para desvendar os segredos enterrados sob as ondas.

Um dos achados mais impressionantes foi a revelação de um tesouro de guerra escondido dentro de um baú de madeira. Conhecido como “baú de ferramentas de armas”, ou baú de armas. Este artefato intrigante proporcionou uma visão vívida da tecnologia militar do final da Idade Média. Entre os vestígios corroídos, surgiram sílex pontiagudos, moldes de pedra para balas de chumbo e placas de chumbo perfuradas, sugerindo uma atividade intensa de produção de munição a bordo. Esses indícios apontam para a presença de mercenários alemães, cujas habilidades militares eram cruciais nas campanhas marítimas da época.

Baú de armas
Imagem: arkeonews

Além disso, a pesquisa revelou fragmentos preciosos da superestrutura do navio, permitindo aos especialistas mapear sua anatomia e compreender melhor suas capacidades de combate. Apesar da dispersão dos destroços, as madeiras preservadas forneceram pistas valiosas sobre o layout e o design do navio de guerra.

Mas as descobertas não se limitaram apenas aos artefatos de guerra. Um estudo minucioso das cotas de malha recuperadas revelou detalhes fascinantes sobre a vida a bordo. A análise dos anéis de metal revelou uma história de reparos e manutenção, lançando luz sobre as condições e os desafios enfrentados pelos marinheiros e soldados que navegaram a bordo do Gribshunden.

Conclusão

Além disso, vestígios de uma arma de fogo antiga e uma simples caneca nos conectam ao cotidiano dos marinheiros, trazendo à vida as pessoas por trás dos destroços desse baú de armas. E as origens holandesas do navio lançam uma luz nova sobre o intercâmbio cultural e tecnológico que caracterizava o comércio marítimo da época.

A nau capitânia Gribshunden emerge das profundezas não apenas como um navio naufragado, mas como um testemunho vívido de uma era passada. Suas descobertas ecoam através do tempo, oferecendo-nos um vislumbre precioso de um passado perdido, mas não esquecido.