A cidade litorânea de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, é conhecida por suas praias e arranha-céus que desafiam a gravidade. Agora, a cidade caminha para se tornar referência global ao iniciar a construção do maior prédio residencial do mundo.
Com 500 metros de altura e um orçamento de 3 bilhões de reais, o empreendimento promete transformar a paisagem urbana e reforçar o status da cidade como a “Dubai brasileira”. Este projeto, que começará no segundo semestre do próximo ano, será um marco arquitetônico e um desafio de engenharia.
O crescimento vertiginoso de Balneário Camboriú
Com uma população de quase 140 mil habitantes, Balneário Camboriú passou por uma transformação impressionante ao longo das últimas quatro décadas. O que antes era uma tranquila vila de pescadores e um refúgio para moradores do Vale do Itajaí agora abriga uma das paisagens urbanas mais marcantes do Brasil. Na Avenida Atlântica, de frente para a praia central, há atualmente 30 prédios com mais de 100 metros de altura, 15 com mais de 150 metros e 13 que chegam ou ultrapassam os 200 metros.
Essa rápida urbanização reflete uma demanda crescente por espaços luxuosos e uma economia local impulsionada pelo turismo e pelo mercado imobiliário. Para muitos, Balneário Camboriú é comparada a Dubai, graças ao luxo e à verticalização impressionante. No entanto, há uma diferença significativa entre as duas cidades: enquanto Dubai foi planejada com amplas avenidas e grandes espaços, Balneário desenvolveu-se de forma adensada, o que trouxe desafios para o trânsito e a infraestrutura.
O novo gigante de 500 metros
O super arranha-céu que será construído em Balneário Camboriú está projetado para atingir a altura de 500 metros, superando o atual recordista de prédios residenciais, localizado em Nova York, com 472 metros. Este será o maior edifício residencial já construído, tanto em altura quanto em complexidade. O tempo estimado para a conclusão da obra é de 10 anos, e sua construção será um marco para a engenharia brasileira, demandando o uso de tecnologias de ponta.
Embora o Burj Khalifa, em Dubai, continue sendo o prédio mais alto do mundo, com 828 metros, ele é um edifício de uso misto. O arranha-céu de Balneário Camboriú será exclusivamente residencial, o que destaca ainda mais o pioneirismo do projeto.
A história dos arranha-céus no Brasil
A tradição brasileira em construir grandes edifícios remonta ao século passado. O primeiro prédio considerado um arranha-céu foi o Edifício A Noite, inaugurado no Rio de Janeiro em 1927, com 102 metros de altura.
Em São Paulo, o Edifício Martinelli, construído dois anos depois, consolidou o desejo de projetar o país no cenário internacional da arquitetura. Apesar disso, foi apenas em 2019 que o Brasil inaugurou seu primeiro prédio com mais de 200 metros, justamente em Balneário Camboriú. Desde então, a cidade lidera no país em termos de verticalização.
A comparação com Dubai não é apenas pela altura dos prédios, mas também pela busca por inovação, luxo e turismo de alto padrão. Em Balneário, o mercado imobiliário oferece apartamentos com vista para o mar, tecnologia avançada e infraestrutura que inclui helipontos, piscinas panorâmicas e spas.
Ao mesmo tempo, os preços dos imóveis competem com os mercados mais caros do mundo. No entanto, diferente de Dubai, que foi planejada para receber milhões de pessoas, Balneário enfrenta desafios urbanos que refletem seu crescimento rápido.
Embora a construção do maior prédio residencial do mundo represente um marco, também ressalta os desafios enfrentados pela cidade. O trânsito, especialmente no verão, torna-se caótico com o aumento da população, que chega a multiplicar por dez devido ao fluxo de turistas. Além disso, o alargamento da praia central, realizado recentemente, precisa ser monitorado para garantir que as condições de balneabilidade sejam mantidas.
Outro ponto de atenção é a sustentabilidade. Grandes construções demandam recursos significativos e geram impacto ambiental. Para lidar com esses desafios, os planejadores urbanos de Balneário Camboriú precisarão buscar soluções inovadoras que equilibrem o crescimento econômico e a preservação ambiental.
A construção desse super arranha-céu certamente atrairá investidores do Brasil e do exterior, consolidando Balneário Camboriú como um dos mercados imobiliários mais valorizados da América Latina. A expectativa é que o projeto eleve ainda mais o valor dos imóveis na região, mas também gere empregos e impulsione a economia local.
A evolução dos arranha-céus no mundo
Embora Balneário Camboriú esteja prestes a quebrar recordes, vale lembrar que a competição por arranha-céus é global. Cidades como Hong Kong, Nova York e Xangai lideram os rankings de prédios acima de 150 metros.
Em Hong Kong, por exemplo, há 558 edifícios com mais de 150 metros, enquanto Nova York possui 318. A inclusão de Balneário Camboriú nesse seleto grupo coloca o Brasil no mapa das grandes construções mundiais.
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