A alta de até 40% no preço dos ovos de galinha, registrada nesta semana no atacado, acendeu um sinal de alerta no mercado de alimentos. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) emitiu uma nota destacando que a combinação de demanda elevada e oferta restrita tem pressionado os preços, o que pode afetar tanto os fornecedores quanto os consumidores.
O aumento reflete uma realidade mais ampla de inflação generalizada de alimentos, e os supermercados já enfrentam dificuldades para lidar com a escalada dos custos, principalmente com a proximidade da Quaresma, um período de aumento do consumo de ovos.
Marcio Milan, vice-presidente da Abras, destacou que as empresas já estavam se preparando para atender à demanda sazonal dos ovos, mas a escassez do produto no mercado e os reajustes sucessivos têm causado grande preocupação.
“A restrição na oferta e os aumentos sucessivos de preços preocupam os supermercados”, disse Milan, alertando para as dificuldades que o setor enfrenta neste cenário econômico. A sazonalidade da Quaresma contribui para uma maior procura por ovos, mas os preços mais altos podem acabar afetando as vendas e o consumo.
Além disso, o impacto no bolso do consumidor vai além do reajuste nos preços. Com a alta dos preços das carnes e outras proteínas, muitos brasileiros têm recorrido mais aos ovos de galinha, uma alternativa mais acessível.
No entanto, a redução no tamanho dos ovos, decorrente de uma nova classificação aprovada pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, também tem gerado desconforto. Essa portaria reduziu o peso médio dos ovos em quase 10 gramas por unidade, o que diminui o custo-benefício do produto, gerando ainda mais insatisfação entre os consumidores.
O aumento de preços e a diminuição do tamanho do produto são sinais de que o mercado de ovos atravessa um momento delicado. A oferta restrita, aliada a novos custos e a baixa produção, tem resultado em uma pressão contínua sobre os preços, com possíveis reflexos para os consumidores. Em um cenário já difícil, em que os custos de alimentos continuam a subir, a perda de custo-benefício do ovo pode ser um golpe adicional no orçamento das famílias brasileiras.
A situação também reflete um aspecto mais amplo da inflação de alimentos, que segue atingindo diversos produtos essenciais. A crescente disparada nos preços tem levado os brasileiros a reconsiderar seus hábitos de consumo, e a proteína mais acessível, como o ovo, tem sido uma escolha frequente.
No entanto, mesmo os ovos, tradicionalmente vistos como uma opção mais barata, começam a se tornar menos vantajosos devido aos aumentos de preços e à diminuição no tamanho das unidades.
Diante disso, a Abras segue monitorando a situação, alertando para os riscos de uma inflação alimentar persistente. Para os consumidores, o impacto no orçamento será significativo, especialmente quando se observa a contínua alta dos preços das proteínas e o encarecimento de produtos essenciais.
No final das contas, o aumento do preço dos ovos e a redução no tamanho do produto evidenciam as dificuldades que muitos brasileiros enfrentam para manter a alimentação em dia diante da inflação.