As 5 primeiras cidades do Paraná e seus tesouros históricos que resistem ao tempo

O Paraná, estado de paisagens marcantes, povo hospitaleiro e riqueza cultural impressionante, carrega em seu território não apenas belezas naturais, mas também um valioso acervo histórico que remonta aos primórdios da colonização do sul do Brasil. Conhecer as primeiras cidades paranaenses é mergulhar em uma narrativa que atravessa ciclos econômicos, disputas territoriais e um mosaico de influências indígenas, europeias, africanas e tropeiras. Este artigo revela as cinco cidades mais antigas do Paraná, suas origens e os patrimônios históricos que ainda hoje preservam a identidade do povo paranaense.

Por que conhecer as cidades mais antigas do Paraná é tão relevante?

Muito além das datas fundacionais, essas cidades guardam os traços de um Brasil em formação. Suas igrejas, ruínas, ruas de pedra e construções coloniais revelam o cotidiano de diferentes épocas. Além disso, são marcos da ocupação do território, do comércio de tropas e da expansão luso-brasileira. Entender esse contexto é também entender como o Paraná se consolidou como um estado estratégico no Sul do país.

Paranaguá – O berço do Paraná (Fundação: 1648)

Paranaguá é, com justiça, a cidade-mãe do Paraná. Fundada oficialmente em 29 de julho de 1648, ela nasceu às margens da Baía de Paranaguá, sendo o ponto de partida para a colonização do território paranaense. Hoje, é considerada a cidade mais antiga do estado.

Patrimônio histórico imperdível:

  • Igreja de Nossa Senhora do Rosário (construída em 1578, anterior à fundação oficial da cidade)
  • Museu de Arqueologia e Etnologia
  • Centro Histórico com casarios coloniais bem preservados
  • Ruínas Jesuíticas de São Francisco Xavier

As ruas de pedra e os sobrados coloridos fazem de Paranaguá um verdadeiro museu a céu aberto. O conjunto arquitetônico é tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o que reforça seu valor para o Brasil.

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Antonina – Um charme colonial às margens da baía (Fundação: 1714)

Pouco mais de meio século após Paranaguá, surge Antonina, em 1714. Localizada também no litoral, essa cidade cresceu em torno da baía que leva seu nome e se tornou importante entre os séculos XVIII e XIX, especialmente pela atividade portuária e pelo ciclo da erva-mate.

Patrimônio histórico imperdível:

  • Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar (século XVIII)
  • Rua XV de Novembro, com sobrados neoclássicos
  • Antiga Estação Ferroviária
  • Theatro Municipal de Antonina, inaugurado em 1892

Antonina ainda conserva o ambiente bucólico e um clima cultural vibrante. Em julho, realiza o famoso Festival de Inverno, que valoriza expressões artísticas e tradições locais.

Morretes – Tradição entre montanhas e sabores (Fundação: 1721)

Localizada aos pés da Serra do Mar, Morretes é um encanto à parte. Fundada em 1721, tornou-se ponto estratégico de passagem entre o litoral e o planalto curitibano. A cidade foi durante muito tempo o caminho das tropas que levavam mercadorias para Curitiba e outras regiões do estado.

Patrimônio histórico imperdível:

  • Centro Histórico com casarões coloniais
  • Igreja de Nossa Senhora do Porto
  • Ponte Velha sobre o Rio Nhundiaquara
  • Estrada da Graciosa, com calçamento original e paisagens exuberantes

Morretes também é famosa pelo barreado, prato típico da culinária paranaense, e pelo charme de seus rios e trilhas. Uma joia cultural e gastronômica.

Guarapuava – O bastião do planalto (Fundação: 1810)

Avançando rumo ao interior, chegamos a Guarapuava, fundada em 1810. Com clima mais frio e localização estratégica, a cidade foi um dos principais polos do ciclo tropeiro no sul do Brasil. Servia como ponto de descanso e abastecimento das tropas que cruzavam os campos de Curitiba até o Rio Grande do Sul.

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Patrimônio histórico imperdível:

  • Igreja Nossa Senhora de Belém (1849)
  • Cemitério Municipal com túmulos do século XIX
  • Praça 9 de Dezembro, onde há bustos de personagens históricos
  • Casarões e armazéns de pedra das rotas tropeiras

Guarapuava foi e ainda é um importante centro agropecuário. Seu passado tropeiro está eternizado em festas tradicionais e nos monumentos preservados.

Curitiba – A capital com alma de vila histórica (Fundação: 1693 / oficializada em 1842)

Apesar de Curitiba ter se tornado capital do Paraná em 1854, sua origem remonta a 1693, quando foi fundada como Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A cidade cresceu sobre um planalto, desenvolvendo-se como entreposto comercial e, posteriormente, como centro político e administrativo.

Patrimônio histórico imperdível:

  • Ruínas de São Francisco e Igreja da Ordem Terceira
  • Largo da Ordem, com arquitetura preservada do século XVIII e XIX
  • Memorial de Curitiba e Solar do Barão
  • Passeio Público, um dos parques mais antigos do Brasil

A capital paranaense se reinventou como uma cidade modelo de urbanismo, mas guarda com carinho as memórias de sua origem em cada canto do centro histórico.

As raízes do Paraná estão vivas em suas cidades mais antigas

Cada uma dessas cidades tem sua própria personalidade e valor. Paranaguá é o nascimento. Antonina, o refinamento. Morretes, a tradição viva. Guarapuava, o interior desbravador. Curitiba, a força transformadora. E todas elas têm em comum o fato de serem berços da identidade cultural paranaense, com histórias que merecem ser conhecidas, preservadas e visitadas.

Viajar por essas cidades é mais do que turismo — é uma imersão no DNA do Paraná, nos caminhos dos tropeiros, nas orações dos jesuítas, nas cozinhas dos casarões, nas ruas que resistem ao tempo.

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