O que há de tão fascinante nas maiores montanhas do planeta?
Além da paisagem inacreditável, elas condensam ciência, clima extremo, geopolítica e um tanto de coragem humana. As montanhas mais altos do mundo não é apenas uma lista: é um mapa de como a Terra se formou e continua se mexendo.
O que torna essas montanhas tão importantes? Além da imponência natural, elas revelam os processos profundos da Terra, influenciam o clima global, abrigam ecossistemas extremos e guardam simbolismos sagrados para povos locais.
São também palco de expedições lendárias, disputas nacionais sobre medidas de altitude e destinos que movem milhares de turistas e alpinistas todos os anos.
Conhecer essas nove gigantes não é apenas uma curiosidade geográfica: é compreender como a natureza constrói monumentos maiores que qualquer obra humana e como a busca por atingi-los continua sendo um dos maiores sonhos (e desafios) da humanidade.
Contexto rápido: o que mede “a montanha mais alta”
Altitude, onde e como
A “altura” de uma montanha geralmente se refere à altitude do cume acima do nível médio do mar. Parece simples, mas não é: o mar não é plano, o planeta é “achatado” nos polos e montanhas crescem (e tremem) com a tectônica. Por isso as medidas são periodicamente recalibradas com GPS geodésico, nivelamento e modelagem gravitacional.
Por que o Himalaia e o Karakoram concentram os recordes
A colisão entre a Placa Indiana e a Euroasiática empurra a crosta para cima há milhões de anos. O resultado é um empilhamento colossal de rochas que formou o Himalaia e o Karakoram — onde estão todos os cumes acima de 8.000 metros, incluindo os nove mais altos do planeta. Essa “fábrica de montanhas” continua ativa, o que explica reajustes de altitudes com o avanço das medições.
Everest hoje: medida oficial
A altura oficial do Everest foi atualizada em 2020 por Nepal e China: 8.848,86 m. A concordância encerrou décadas de divergências de cálculo entre os países e incorporou medições modernas.
As montanhas mais altas do mundo (lista detalhada e didática)
Lista rápida (com altitudes)
- Everest — 8.848,86 m
- K2 — 8.611 m
- Kangchenjunga — 8.586 m
- Lhotse — 8.516 m
- Makalu — 8.485 m
- Cho Oyu — 8.188 m
- Dhaulagiri I — 8.167 m
- Manaslu — 8.163 m
- Nanga Parbat — 8.126 m
Como ler os resumos abaixo
Para cada cume, indicamos localização, tipo de terreno e uma curiosidade geográfica.
Everest (Nepal/China) — 8.848,86 m
No limite Nepal–Tibete, o “teto do mundo” é menos técnico que o K2, mas muito mais frequentado e sujeito a janelas de clima curtas. A altitude extrema impõe riscos severos e logística pesada.
K2 (Paquistão/China) — 8.611 m
Apelidada de “Montanha Selvagem”, é a rainha da dificuldade técnica e do clima imprevisível. Fica no Karakoram, na fronteira Paquistão–China, e tem encostas mais íngremes e objetivas que o Everest.
Kangchenjunga (Nepal/Índia) — 8.586 m
Imenso maciço entre o leste do Nepal e o estado indiano de Sikkim, com cumes satélites que ampliam o cenário. Culturalmente, é sagrado para comunidades locais; por muito tempo era considerado o mais alto do mundo nas primeiras medições.
Lhotse (Nepal/China) — 8.516 m
Vizinho colado ao Everest, com o imponente “Lhotse Face”, uma parede de gelo que marca o imaginário do montanhismo. Divide parte da rota de aproximação com o Everest antes de se separar no Vale do Silêncio.
Makalu (Nepal/China) — 8.485 m
Uma pirâmide quase perfeita — e traiçoeira. Seus contrafortes e arestas longas exigem técnica consistente em gelo e rocha. O isolamento relativo dá a sensação de uma fortaleza.
Cho Oyu (Nepal/China) — 8.188 m
Considerado o “oitomil de entrada” por algumas rotas menos técnicas, ainda assim cobra caro em clima e altitude. Nas temporadas certas, é usado por expedições como aclimatação de luxo.
Dhaulagiri I (Nepal) — 8.167 m
O “Monte Branco” deixa clara a razão do nome: gelo e mais gelo. Sua face oeste é uma das maiores paredes verticais do Himalaia.
Manaslu (Nepal) — 8.163 m
Cresceu em popularidade nos últimos anos, com mais infraestrutura de aproximação. Não é “fácil”: fissuras e seracs pedem atenção milimétrica.
Nanga Parbat (Paquistão) — 8.126 m
O “Matador” tem reputação dura, em especial pela Rupal Face, uma parede colossal com mais de 4.000 m de desnível.
Por dentro dos números: por que as medidas variam?
Medição no século XXI
Hoje, medições combinam receptores GNSS de alta precisão, modelos geoidais e correções gravitacionais. Em montanhas com movimento tectônico ativo, a altitude oficial pode mudar alguns centímetros por década — e, após grandes terremotos, alguns centímetros de uma vez.
“Cume mais alto” não é “montanha mais difícil”
Altitude não traduz risco. O K2, mais baixo que o Everest, é notoriamente mais letal, com terreno complexo, travessias expostas e clima ríspido. Cada maciço tem seus próprios “chefes” meteorológicos.
Curiosidades
A montanha mais alta do mundo a partir do centro da Terra é o Chimborazo, no Equador, graças ao bojo equatorial. E se medirmos a altura “base–cume”, Mauna Kea, no Havaí, leva a taça. Mas, pelos critérios clássicos de altitude acima do nível do mar, o pódio segue com Everest, K2 e Kangchenjunga.
Turismo responsável e segurança
Mesmo para quem só quer ver de perto, o ambiente de alta montanha demanda respeito: aclimatação gradual, guias experientes e ética de mínimo impacto. Para os moradores locais, turismo sustentável significa renda — mas também exige gestão de resíduos, rotas e licenças.
Conclusão
As montanhas mais altas do mundo não é só um ranking: é um mergulho nos processos geológicos que moldam o planeta e nos desafios humanos diante do clima extremo. Os números oficiais, refinados por medições modernas, ajudam a contar essa história com precisão.
Se quiser explorar mais guias de geografia, ciência e turismo responsável, acompanhe as próximas reportagens no Jornal da Fronteira — por aqui a gente transforma curiosidade em conhecimento útil, com dados confiáveis e visual claro.
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