Um dos enigmas mais fascinantes da arqueologia e da história da arte é a presença de um símbolo peculiar: uma imagem que se assemelha estranhamente a uma bolsa moderna, tipo as bolsas de mulher utilizar no dia-a-dia, mas que é encontrada em esculturas de várias civilizações antigas.
Este símbolo, que atravessa culturas e épocas, desde os sumérios no Iraque até os maoris da Nova Zelândia, tem desafiado historiadores e arqueólogos a decifrar seu significado universal.
Um símbolo tão antigo quanto misterioso
Curiosamente, a representação da bolsa aparece em contextos culturais vastamente diferentes. Em Göbekli Tepe, na Turquia, datado de aproximadamente 11.000 a.C., as bolsas são retratadas em um complexo de templos, sugerindo uma função sagrada. Semelhanças surpreendentes são encontradas em relevos assírios e olmecas, onde as bolsas são atribuídas a propósitos mágicos ou medicinais. Até mesmo a distante Nova Zelândia apresenta imagens que lembram bolsas na arte Maori, ligadas à aquisição de conhecimento divino.
Uma teoria intrigante, proposta por estudiosos como Scranton, é que estas bolsas simbolizam a unificação do céu e da terra, elementos fundamentais da existência. A alça semicircular representaria o céu, enquanto a base quadrada simbolizaria a terra. Este simbolismo se alinha com a associação de círculos à espiritualidade e quadrados à materialidade em várias culturas antigas.
Um item presente em todo o mundo na antiguidade
A representação das bolsas varia entre simples e detalhada, algumas exibidas de forma independente e outras nas mãos de deidades ou seres míticos. Na arte assíria, por exemplo, a bolsa supostamente continha pó mágico, enquanto na arte olmeca, acredita-se que carregava ervas com propriedades especiais. Esta variação sugere múltiplas interpretações e funções, dependendo da cultura e do período.
Interessantemente, a arte egípcia antiga também apresenta representações de bolsas em seus hieróglifos, com uma estrutura semelhante à de tendas portáteis, reforçando a universalidade deste símbolo. Este padrão se repete em outras arquiteturas antigas, como as tendas dos nativos americanos e as yurts da Ásia Central, sugerindo um significado mais profundo e generalizado.
As bolsas representadas nas artes antigas de diferentes culturas não são meras coincidências ou simplicidades artísticas. Elas são, na verdade, manifestações de um conceito cosmológico profundo, um símbolo universal que transcende barreiras geográficas e temporais.
Este símbolo, que pode ter sido uma forma de os povos antigos expressarem e compartilharem suas compreensões do universo e da existência, permanece como um testemunho fascinante da conexão e do pensamento comum entre civilizações antigas distantes. É um lembrete de que, embora separados por milhares de quilômetros e séculos, os seres humanos sempre buscaram entender e representar os mistérios do mundo ao seu redor de maneiras surpreendentemente similares.