As 5 comidas mais esquisitas do mundo

Você pode até gostar de uma boa feijoada ou de um sushi bem elaborado, mas já imaginou provar um queijo recheado de larvas vivas ou um ovo enterrado por meses na terra? A gastronomia é um espelho da diversidade humana e, em alguns cantos do planeta, ela beira o extremo. As comidas consideradas “esquisitas” por uns são tesouros culturais para outros, carregadas de tradição, história e até rituais.

Neste artigo, vamos explorar cinco das comidas mais excêntricas do mundo, não com olhos de estranhamento, mas com o respeito que se deve às diferentes expressões culturais. Se você gosta de se aventurar pelo universo dos sabores (mesmo que apenas com a leitura), prepare o estômago — e a mente.

1. Casu Marzu – o queijo com larvas da Sardenha

Começamos pela ilha italiana da Sardenha, onde o Casu Marzu é mais do que um queijo: é uma experiência extrema. Trata-se de um queijo de leite de ovelha que passa por um processo de fermentação fora do comum — com a ajuda de larvas vivas de moscas do queijo. Elas são introduzidas propositalmente para que o queijo atinja um estado quase líquido.

Apesar de ser tecnicamente ilegal de ser vendido, o Casu Marzu ainda é consumido em ocasiões especiais. Os locais dizem que o queijo só está bom enquanto as larvas ainda estão vivas, o que faz da degustação um momento… bastante ativo.

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2. Balut – o embrião de pato das Filipinas

Se você visitar as Filipinas e for convidado a experimentar um balut, prepare-se: esse é um ovo de pato fertilizado, cozido com o embrião parcialmente desenvolvido. Sim, há penas, ossos, bico e tudo o mais — visíveis e mastigáveis.

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Geralmente vendido por ambulantes nas ruas, o balut é considerado uma iguaria afrodisíaca e é muito apreciado por sua textura macia e sabor intenso. Alguns dizem que é uma mistura entre frango, ovo e caldo de sopa. Mas, sem dúvida, é preciso coragem para dar a primeira mordida.

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3. Surströmming – o arenque fermentado da Suécia

Imagine abrir uma lata e liberar um cheiro tão potente que é proibido fazê-lo em ambientes fechados, aviões ou eventos públicos. Essa é a fama do surströmming, um peixe fermentado sueco que desafia os narizes e estômagos mundo afora.

O peixe é fermentado por meses, e o resultado é uma explosão de sabor ácido, salgado e, para muitos, intragável. Os suecos mais tradicionais juram que, acompanhado de batatas, pão crocante e creme azedo, o prato é uma delícia. Mas só mesmo provando para saber — de preferência ao ar livre.

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4. Sopa de morcego – tradição controversa no Pacífico

A sopa de morcego é um prato tradicional em ilhas do Pacífico como Palau e Guam, e em algumas regiões da Indonésia. O animal, geralmente o morcego frugívoro, é fervido inteiro, com asas e pelos, em caldos de leite de coco com especiarias.

O prato atraiu críticas internacionais por questões sanitárias e ambientais, especialmente após o debate global sobre pandemias. Ainda assim, para muitos povos locais, trata-se de uma herança ancestral de caça e alimentação, e não de excentricidade culinária.

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5. Hákarl – o tubarão fermentado da Islândia

Na Islândia, o hákarl é um prato cerimonial feito a partir de carne de tubarão-da-Groenlândia. Como esse peixe não possui rins e seu corpo é repleto de toxinas naturais, ele precisa ser enterrado por semanas e depois pendurado para secar por meses até se tornar comestível.

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O cheiro é comparado ao de amônia e peixe podre, o sabor é forte, picante e penetrante. Os islandeses recomendam acompanhar com brennivín, uma aguardente local, para aliviar o impacto. É servido em cubinhos e consumido como símbolo de resistência às condições extremas do país.

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Comida, cultura e coragem: uma combinação essencial

Essas iguarias desafiam o paladar ocidental e causam repulsa imediata em muitos, mas trazem consigo o peso de culturas milenares, práticas de subsistência e rituais de celebração. O que para um pode ser “nojento”, para outro é um elo com a identidade de seu povo.

A gastronomia, afinal, é mais do que sabor: é linguagem, memória e território. Em vez de zombar ou julgar, que tal tentar entender? Às vezes, é no prato mais esquisito que mora a história mais rica.

Ao explorar essas cinco comidas incomuns, não estamos apenas falando de ingredientes ou receitas exóticas, mas de um mergulho na diversidade humana. Provar (ou ao menos conhecer) o que o outro come é uma forma poderosa de quebrar preconceitos e expandir horizontes. E talvez, no meio do choque, a gente descubra que o “esquisito” é só o desconhecido esperando para ser saboreado.