As 10 árvores nativas mais altas do Brasil e os gigantes da nossa floresta

Elas são os pilares vivos das florestas brasileiras, guardiãs da biodiversidade e testemunhas silenciosas da história natural do país. Das copas médias às alturas colossais, as árvores nativas mais altas do Brasil não só impressionam pela estatura, mas também pela relevância ecológica, simbólica e até econômica.

Vamos subir — passo a passo — do chão da floresta até onde os galhos tocam o céu. Prepare-se para conhecer essas gigantes em ordem crescente de altura.

Por que o Brasil abriga algumas das árvores mais altas do mundo?

A localização tropical, os solos ricos e a abundância de luz solar e chuvas regulares formam um ambiente perfeito para o crescimento extremo das árvores. Especialmente na Amazônia, onde a competição por luz é intensa, a altura se torna uma estratégia de sobrevivência. É por isso que nossas florestas são morada de árvores que parecem arranha-céus verdes.

Pau-brasil (Paubrasilia echinata) – até 15 metros

Começamos com uma árvore simbólica: o pau-brasil, que dá nome ao país. Com 12 a 15 metros em média, e raramente ultrapassando os 20 metros, é modesta em altura, mas gigante em importância histórica. A seiva vermelha usada como corante e sua madeira densa e resistente foram motivos para sua exploração intensa nos séculos XVI e XVII. Hoje é espécie protegida e símbolo da luta pela preservação.

Copaíba (Copaifera langsdorffii) – até 35 metros

Subindo um pouco, encontramos a copaíba, árvore nativa de diversos biomas brasileiros e famosa pelo óleo-resina de propriedades medicinais. Ela pode alcançar até 35 metros, com copa frondosa e tronco reto. É muito usada na restauração de áreas degradadas e na medicina popular, sendo chamada por alguns de “antibiótico da floresta”.

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Itaúba (Mezilaurus itauba) – até 40 metros

A itaúba é uma árvore amazônica de madeira escura, aromática e de alta durabilidade. Chega a 40 metros de altura e é bastante valorizada na construção civil. Infelizmente, está cada vez mais rara devido à extração ilegal e perda de habitat.

Jatobá (Hymenaea courbaril) – até 40 metros

Empatado com a itaúba em altura, o jatobá é encontrado tanto na Amazônia quanto no Cerrado. Seus frutos são ricos em fibras e energia, e a madeira é extremamente dura e resistente. Tradicionalmente usado para fazer farinha e medicamentos naturais.

Maçaranduba (Manilkara huberi) – até 40 metros

Mais uma da elite das madeiras duras, a maçaranduba pode chegar aos 40 metros e é conhecida como “pau-de-ferro”. Sua madeira afunda na água e seu tronco exsuda um látex branco, utilizado até como substituto do leite em comunidades ribeirinhas.

Cedro-amarelo (Cedrela fissilis) – até 45 metros

Com até 45 metros, o cedro-amarelo já foi uma das madeiras mais cobiçadas da Mata Atlântica. É conhecido pelo perfume amadeirado e pelo uso em móveis e instrumentos musicais. Hoje, está na lista de espécies vulneráveis e sob ameaça de extinção.

Jequitibá-rosa (Cariniana legalis) – até 50 metros

Subimos mais e chegamos ao lendário jequitibá-rosa, que pode atingir 50 metros ou mais. Um símbolo da floresta atlântica, é uma das árvores mais antigas do Brasil — alguns exemplares ultrapassam 3 mil anos de idade. Seu tronco largo é usado como abrigo por animais e até por pessoas em trilhas históricas.

Castanheira-do-pará (Bertholletia excelsa) – até 60 metros

Uma das árvores mais importantes da Amazônia, a castanheira-do-pará chega a 60 metros de altura. Suas castanhas são uma das principais fontes de renda para comunidades extrativistas. É ilegal cortar essa árvore, tamanha sua relevância econômica e ecológica.

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Sumaúma (Ceiba pentandra) – até 70 metros

A sumaúma é sagrada para muitos povos indígenas e também é conhecida como “a mãe das árvores”. Seus troncos com raízes tabulares impressionam, assim como sua altura: até 70 metros. Em algumas lendas, ela é vista como a ligação entre a terra e o mundo espiritual.

Angelim-vermelho (Dinizia excelsa) – até 88 metros

No topo da nossa lista está o angelim-vermelho, a árvore mais alta já registrada no Brasil. Em expedições recentes no Pará, pesquisadores identificaram exemplares com impressionantes 88 metros de altura — maior que um prédio de 25 andares. Sua madeira é densa, valiosa e alvo constante da exploração ilegal, o que exige ações urgentes de proteção.

Por que preservar essas gigantes importa?

Além da beleza estonteante, essas árvores desempenham papéis críticos no equilíbrio ecológico: sequestram carbono, regulam o microclima, fornecem abrigo e alimento a inúmeras espécies e sustentam cadeias produtivas sustentáveis. A sua perda é irreversível — tanto para a biodiversidade quanto para as gerações futuras.

Curiosidades que você provavelmente não sabia

  • O angelim-vermelho foi descoberto por meio de tecnologia LIDAR (sensoriamento remoto via laser), antes mesmo do contato físico.
  • A castanheira lança seus frutos de até 2 kg de uma altura de 60 metros — um perigo real em plantações!
  • O jequitibá mais famoso do Brasil, em Santa Rita do Passa Quatro (SP), tem 40 metros de altura, 3,6 metros de diâmetro e cerca de 3.000 anos.
  • A copaíba é uma das árvores mais usadas na fitoterapia popular, com relatos de eficácia contra infecções urinárias, inflamações e problemas respiratórios.

As árvores mais altas do Brasil são monumentos vivos, testemunhas do passado e esperança para o futuro. Preservar essas espécies é manter o equilíbrio das florestas e das vidas que delas dependem. E se as raízes dessas árvores mergulham na história do planeta, seus galhos nos apontam para onde deveríamos estar olhando: o futuro.

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