Recentemente, um achado extraordinário foi feito no sítio arqueológico de Peiligang, na cidade de Xinzheng, província de Henan, China. Arqueólogos desenterraram uma garrafa rara com mais de 7 mil anos, marcando um novo capítulo na compreensão da pré-história chinesa.
De acordo com Li Yongqiang, pesquisador do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a garrafa, datada de cerca de 7.700 anos, é a mais antiga de seu tipo encontrada na China. Caracterizada por uma pequena abertura e fundo pontiagudo, essa garrafa é representativa da cultura Yangshao, uma das primeiras sociedades agrícolas ao longo do Rio Amarelo.
A descoberta é significativa, pois oferece novas evidências para entender a relação entre as culturas Peiligang e Yangshao. Isso ajuda os pesquisadores a explorar as origens e o desenvolvimento das práticas agrícolas e sociais durante o Neolítico na China.
Com apenas 10 centímetros de comprimento, esta garrafa rara é muito menor do que outras similares da época. As pesquisas sugerem que ela pode ter sido usada para fermentação e fabricação de vinho, indicando um conhecimento avançado de processos de fermentação pelos povos antigos.
Os arqueólogos acreditam que a garrafa também pode ter servido para coleta de água ou como um item funerário. Este achado, junto com outros artefatos desenterrados no local, como ferramentas de pedra e fragmentos de cascas de ovos de avestruz, fornece insights valiosos sobre a vida diária e as práticas culturais dos povos antigos.
O sítio Peiligang, abrangendo uma área de 50 a 60 mil metros quadrados, é conhecido como um dos berços da civilização agrícola chinesa. Estimativas sugerem que o assentamento remonta a aproximadamente 7.600 a 8.000 anos, desempenhando um papel crucial na transição do Paleolítico para o Neolítico.
A descoberta desta garrafa milenar não apenas reforça o valor do sítio de Peiligang como um local chave para o estudo da pré-história chinesa, mas também oferece uma nova perspectiva sobre as origens da civilização agrícola na região. Ela destaca a sofisticação e a complexidade das sociedades neolíticas, abrindo novas janelas para entender nosso passado coletivo.