Um dos locais mais icônicos da história e da mitologia, Troia, continua a revelar seus segredos milhares de anos após sua queda.
Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante no Sítio Arqueológico de Troia, localizado na vila de Tevfikiye, na Turquia.
Durante escavações em um local que tem mais de 5.500 anos, foram encontrados quatro esqueletos humanos, imediatamente apelidados de “Últimos Troianos”.
Esses restos mortais oferecem um vislumbre fascinante das vidas dos últimos habitantes dessa cidade lendária, que foi imortalizada nos épicos de Homero.
A descoberta desses esqueletos, especialmente o de uma mãe e seu bebê, tem gerado grande interesse e levanta questões importantes sobre os eventos finais da Guerra de Troia e o destino de seus moradores.
Escavações em Troia
As escavações em Troia, lideradas pelo Professor Rustem Aslan, têm sido uma constante há mais de 150 anos. Este esforço contínuo tem permitido aos pesquisadores desenterrar camadas de história que abrangem milhares de anos.
A cidade, que remonta a cerca de 3.000 a.C., é um dos sítios arqueológicos mais estudados do mundo, tendo sido incluída na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.
A recente descoberta de quatro esqueletos, incluindo o de uma mãe com seu bebê e dois homens, adiciona uma nova dimensão à nossa compreensão da cidade.
De acordo com o Professor Aslan, essas descobertas são cruciais para entender a última fase de ocupação de Troia, particularmente no contexto da famosa guerra que devastou a cidade.
Os esqueletos estão sendo analisados pela Professora Associada Esin Akgul Kalkan e sua equipe do Departamento de Medicina Forense da Universidade Canakkale Onsekiz Mart.
Eles estão investigando a saúde, as causas de morte e as idades dos indivíduos, buscando extrair o máximo de informações possíveis desses restos antigos.
O estado de preservação dos esqueletos é um fator crucial, pois determina quanta informação pode ser recuperada sobre a vida e a morte dos “Últimos Troianos”.
Troia: um palimpsesto de civilizações
Troia é um exemplo notável de como uma única cidade pode encapsular camadas sucessivas de civilizações.
Desde seu assentamento inicial, cerca de 3.000 a.C., até sua associação com a Guerra de Troia descrita por Homero, Troia passou por várias fases de ocupação e reconstrução.
Os tesouros descobertos por Heinrich Schliemann, o arqueólogo alemão que começou as escavações em Troia no século XIX, são principalmente de Troia 2 e 3.
No entanto, a Troia de Homero, que é mais comumente associada à Guerra de Troia, corresponde a Troia 6 e 7. Estes períodos coincidem com o auge da cidade e sua subsequente destruição.
Após a guerra, Troia continuou a ser um local de importância até os períodos helenístico e romano, embora nunca tenha recuperado completamente seu antigo esplendor.
A cidade foi finalmente abandonada após grandes terremotos, e suas ruínas permanecem como um lembrete das civilizações que floresceram e caíram ali.
A descoberta dos “Últimos Troianos”
A descoberta do esqueleto de uma mãe com seu bebê ao lado levanta várias questões intrigantes. Existe uma conexão familiar entre os dois?
Eles morreram ao mesmo tempo, possivelmente como resultado de um evento catastrófico durante a guerra?
A disposição dos esqueletos sugere que eles podem ter sido enterrados com algum cuidado, talvez por sobreviventes tentando preservar a memória dos seus entes queridos.
Os dois esqueletos masculinos encontrados simetricamente também são de grande interesse.
O Professor Aslan mencionou que o trabalho de superfície nesses esqueletos ainda está em andamento, e novas descobertas podem lançar luz sobre quem eram esses homens e qual foi seu papel nos últimos dias de Troia.
A Guerra de Troia
A Guerra de Troia é uma das histórias mais famosas da mitologia grega, narrada principalmente nos poemas épicos de Homero, a “Ilíada” e a “Odisseia”.
Segundo a lenda, a guerra começou quando Páris, príncipe de Troia, sequestrou Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta.
Esse ato de traição desencadeou uma expedição militar massiva dos gregos, que lançaram mil navios para sitiar Troia em uma tentativa de resgatar Helena e restaurar a honra.
O cerco de Troia durou dez anos e é retratado como um conflito que envolveu não apenas exércitos, mas também heróis e deuses.
Figuras como Aquiles, o mais poderoso dos guerreiros gregos, e Heitor, o nobre defensor de Troia, desempenham papéis centrais na narrativa.
A guerra é rica em contos de bravura, tragédia e os caprichos do destino, culminando na famosa artimanha do Cavalo de Troia.
Embora a historicidade da Guerra de Troia seja ainda um tema de debate entre os estudiosos, as descobertas arqueológicas em Troia têm fornecido evidências de um grande conflito que pode ter inspirado as lendas.
A descoberta dos “Últimos Troianos” pode ser uma peça crucial para desvendar o que realmente aconteceu durante os últimos dias da cidade.
O rescaldo da Guerra de Troia, como descrito nos mitos, é tão trágico quanto a guerra em si. A cidade foi destruída, e seus habitantes enfrentaram a morte ou a escravidão.
Os gregos vitoriosos, por sua vez, não foram poupados do sofrimento. A “Odisseia” de Homero narra as perigosas jornadas de retorno de Odisseu e outros heróis gregos, muitos dos quais encontraram destinos trágicos em sua tentativa de voltar para casa.
A Guerra de Troia, com seu simbolismo de orgulho, desejo e destruição, continua a fascinar estudiosos e entusiastas da história.
As recentes descobertas no Sítio Arqueológico de Troia, incluindo os “Últimos Troianos”, apenas reforçam a importância desse local e seu impacto duradouro na cultura mundial.
As descobertas recentes no Sítio Arqueológico de Troia fornecem um novo olhar sobre os últimos dias de uma cidade que, por séculos, existiu tanto no reino da história quanto no da lenda.
Os “Últimos Troianos”, com seus esqueletos cuidadosamente enterrados, oferecem uma conexão tangível com os eventos que ocorreram há milhares de anos.
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