O Parque Arqueológico de El Caño, no Panamá, recentemente se tornou o centro das atenções arqueológicas globais com uma descoberta espetacular: o túmulo de um estimado senhor da era pré-hispânica, repleto de artefatos de ouro e outros tesouros. Essa descoberta não apenas oferece um vislumbre fascinante do passado antigo da região, mas também lança luz sobre as práticas culturais e funerárias únicas das civilizações pré-colombianas. Vamos explorar os detalhes dessa descoberta emocionante e seu significado histórico.
A escavação, identificada como Tumba nº 9, faz parte de um amplo projeto arqueológico realizado pela Fundação El Caño em colaboração com o Ministério da Cultura do Panamá (MiCultura). Essa iniciativa de longo prazo, iniciada na estação seca de 2022, é financiada através do “Acordo de Cooperação Cultural nº 025 -2021”. A diretora nacional do Patrimônio da MiCultura, Linette Montenegro, ressaltou a importância dessa descoberta não apenas pela riqueza dos artefatos de ouro encontrados, mas também pelo seu valor histórico e cultural incalculável.
Os surpreendentes tesouros encontrados
Os artefatos desenterrados na Tumba nº 9 incluem cinco placas peitorais, cintos de contas de ouro, pulseiras e brincos em forma de figuras humanas, entre outros itens preciosos. Julia Mayo, diretora da Fundação El Caño, sugere que o proprietário da grande tumba era um homem de alto status da chefia do Rio Grande, datando de cerca de 750 DC. Essa revelação oferece uma visão mais profunda das estruturas sociais e práticas funerárias da época.
A prática de enterrar indivíduos com a face para baixo, como observado no túmulo em questão, era comum nessa sociedade pré-hispânica. Mayo também revelou que o cemitério continha vários indivíduos, sugerindo uma forma de rito de sacrifício ou uma tradição de enterrar servos ou companheiros com o falecido. O sítio de El Caño, conhecido como ‘cidade dos mortos’, revelou práticas culturais complexas que remontam a cerca de 700 DC.
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El Caño tem uma longa história de interesse arqueológico, datando desde sua primeira descoberta em 1925 pelo aventureiro americano Hyatt Verrill. No entanto, o interesse formal em El Caño só ganhou impulso na década de 1970, após relatos dos conquistadores espanhóis sobre as elites adornadas com ouro das sociedades locais. Desde então, o local tem sido objeto de várias investigações, com destaque para os esforços da arqueóloga Julia Mayo e sua equipe.
A descoberta do túmulo na Tumba nº 9 no Parque Arqueológico de El Caño representa um marco na compreensão da história antiga do Panamá. Além de revelar tesouros de ouro e artefatos preciosos, essa descoberta oferece insights valiosos sobre as práticas funerárias e sociais das civilizações pré-colombianas da região. Com o apoio contínuo da comunidade arqueológica e do governo, espera-se que El Caño continue a revelar segredos do passado e a enriquecer nossa compreensão da história do Panamá e da América Central como um todo.