Em uma emocionante descoberta que tem atraído olhares de especialistas e entusiastas da história mundial, Freising, na Alemanha, tornou-se palco de um achado que remonta ao auge da Idade Média. Uma inovação médica que lança luz sobre o período turbulento, mas surpreendentemente avançado da Alemanha medieval.
Em meio às escavações arqueológicas, especialistas encontraram o esqueleto de um indivíduo do século XV, que carregava consigo algo extraordinário: uma prótese de mão de ferro. Esta descoberta fornece evidências contundentes da tecnologia protética inicial e das inovações médicas da época. A cidade de Freising, conhecida por sua influência significativa durante a Idade Média, foi marcada por diversas campanhas militares e batalhas sangrentas. Não é difícil imaginar que esses conflitos levaram a um aumento na demanda por próteses devido às inúmeras lesões e amputações.
Dr. Walter Irlinger, renomado especialista do Escritório do Estado da Baviera para Preservação de Monumentos, descreveu a prótese com admiração. Esta prótese oca para a mão esquerda adicionou quatro dedos individualmente formados em chapa metálica. O detalhe mais surpreendente? Um osso do polegar encontrado preso ao lado interno da prótese, indicando que o usuário ainda possuía seu polegar após a amputação.
Embora esta descoberta seja excepcional, não está sozinha em sua singularidade. Cerca de 50 dispositivos protéticos do final da Idade Média e do início do período moderno são conhecidos na Europa Central. Eles variam de modelos simples a dispositivos mecânicos intrincados. Uma figura emblemática desta época é o cavaleiro Götz von Berlichingen, que, após perder sua mão direita, utilizou uma prótese de “Mão de Ferro” extremamente avançada para a época.
Em 2018, na necrópole Longobard, em Verona, arqueólogos fizeram uma descoberta semelhante: um guerreiro medieval com um antebraço amputado, próximo ao qual encontraram uma faca, sugerindo que ele poderia ter usado a faca como uma prótese improvisada.
O achado em Freising não é apenas um testemunho da engenhosidade médica da época, mas também um lembrete da resiliente adaptabilidade humana. Em tempos de adversidade e guerra, a humanidade sempre encontrou maneiras de avançar, adaptar-se e superar desafios, como evidenciado pela mão de ferro de Freising e outras próteses da era. Estas descobertas reforçam a ideia de que, mesmo em períodos sombrios, a inovação e o progresso nunca cessam.