Anvisa proíbe uso de glitters plásticos em alimentos e alerta para riscos dos microplásticos à saúde dos consumidores.
A recente proibição do uso de glitters e pós decorativos plásticos em alimentos, reforçada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), colocou em evidência a necessidade de atenção redobrada sobre a segurança alimentar. A decisão reacendeu debates sobre a diferença entre o que é visualmente atrativo e aquilo que realmente pode ser consumido sem riscos.
A Anvisa esclareceu que substâncias como o polipropileno micronizado, presente em glitters plásticos, não podem ser utilizadas em alimentos sob nenhuma circunstância. Esses materiais até podem ser empregados em itens decorativos externos, como enfeites de festas, mas não devem ter contato com bolos, doces, bebidas ou qualquer produto destinado à alimentação.
Segundo o órgão regulador, somente aditivos alimentares regularizados e aprovados pela legislação brasileira podem ser usados para dar brilho, cor ou qualquer efeito decorativo em comidas e bebidas. A regra tem como base avaliações toxicológicas realizadas para assegurar que o produto seja seguro para o consumo humano.
O alerta se intensifica quando se trata dos microplásticos. O polipropileno é um tipo de plástico bastante comum em embalagens e produtos industriais, mas não é metabolizado pelo corpo humano. A ingestão acidental pode causar irritações gastrointestinais e contribuir para o acúmulo dessas partículas no organismo. Pesquisas apontam que esse acúmulo pode estar associado a inflamações, alterações hormonais e riscos imunológicos.
Em alimentos líquidos ou cremosos, os riscos se ampliam. Nessas condições, os microplásticos podem se misturar sem serem percebidos, aumentando a possibilidade de consumo sem que a pessoa sequer perceba.
A discussão expõe uma fragilidade ainda presente no setor alimentício: a falta de compreensão técnica sobre o que de fato pode ser usado na produção de alimentos. Muitos profissionais confundem materiais cosméticos e decorativos com produtos próprios para ingestão, o que pode resultar em graves infrações sanitárias.
Por isso, especialistas reforçam o papel essencial do Responsável Técnico e de consultores habilitados. Esses profissionais têm a responsabilidade de orientar equipes, revisar procedimentos e garantir que ingredientes e fornecedores estejam de acordo com as normas vigentes.
O cuidado também depende da atenção aos rótulos e certificações. Insumos destinados ao consumo precisam estar devidamente identificados como alimentos. Além disso, treinamentos contínuos ajudam a manter todos atualizados e conscientes do que pode ou não ser utilizado.
No fim, a decisão da Anvisa vai além da proibição de um item de moda na confeitaria. Ela reforça que a segurança do consumidor deve estar sempre em primeiro lugar. Em um setor cada vez mais criativo e competitivo, cabe ao profissional tecnicamente preparado assegurar que beleza e sabor caminhem junto com a proteção à saúde.

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