Anatel apreende 22 mil produtos irregulares na Black Friday

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou, entre os dias 26 e 29 de novembro, uma das maiores ações do Plano de Ação de Combate à Pirataria (PACP), a Operação Black Friday.

A fiscalização inspecionou centros de distribuição da Amazon e Mercado Livre em Cajamar (SP) e Betim (MG), resultando na apreensão de mais de 22 mil produtos irregulares, incluindo celulares, TV Box, notebooks, e outros dispositivos eletrônicos.

A operação, que contou com a parceria da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho (DIREP) da Receita Federal, reforça o compromisso da Anatel em combater a comercialização de produtos não homologados no Brasil. A presença de 48 agentes e o uso de tecnologia de inteligência artificial foram essenciais para o sucesso da fiscalização.

A Anatel exige que diversos produtos eletrônicos sejam homologados antes de sua comercialização no Brasil. Essa certificação garante que os dispositivos atendam padrões mínimos de segurança, qualidade e conformidade técnica. Produtos não homologados representam riscos à saúde do consumidor, segurança das redes de telecomunicações e à competitividade no mercado.

Além da homologação, a fiscalização busca coibir a entrada e a venda de produtos oriundos de contrabando ou descaminho, prática que lesa a arrecadação tributária do país. A ausência de impostos e regulamentação prejudica empresas que seguem a legislação e compete de maneira desleal.

Produtos não certificados podem apresentar falhas graves, como superaquecimento, choques elétricos e interferências em redes de comunicação, comprometendo tanto a segurança individual quanto a qualidade do serviço coletivo.

A Operação Black Friday fiscalizou cinco centros de distribuição da Amazon e Mercado Livre. Foram recolhidos eletrônicos como:

  • Celulares
  • Aparelhos de TV Box
  • Smartwatches e fones de ouvido
  • Carregadores portáteis (powerbanks)
  • Notebooks e microfones
  • Drones

A operação também inspecionou se esses produtos contavam com documentação de certificação e comprovantes de importação regular.

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Imagem: Divulgação/Anatel

A grande novidade foi a utilização do Regulatron, ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pela Anatel. Esse sistema realiza webscraping, coleta e analisa dados de anúncios online, identificando possíveis irregularidades. A tecnologia permitiu uma fiscalização mais eficiente, reduzindo o tempo necessário para localizar e apreender itens não conformes.

Não é a primeira vez que Amazon e Mercado Livre são alvo de fiscalizações da Anatel. A agência já havia solicitado que os marketplaces adotassem medidas para evitar a venda de produtos não homologados, mas as reincidências mostram que o problema persiste. Em casos anteriores, as empresas chegaram a enfrentar processos judiciais devido à comercialização de itens irregulares.

A Anatel recomendou que consumidores que adquiriram produtos não certificados busquem devolver ou trocar os itens diretamente com os vendedores. Além disso, os marketplaces são incentivados a intensificar o controle de qualidade sobre os produtos ofertados em suas plataformas.

Caso continuem a infringir as normas, os marketplaces podem ser responsabilizados legalmente, enfrentando multas administrativas e processos judiciais. Essas ações também podem comprometer a confiança dos consumidores e afetar suas operações no país.

A fiscalização da Anatel contribui para a valorização de empresas que atuam dentro da legalidade, promovendo um ambiente de negócios mais justo e competitivo.

Ao remover produtos não homologados do mercado, a Anatel protege os consumidores de riscos associados a dispositivos de baixa qualidade e potencialmente perigosos.

Combatendo o contrabando e o descaminho, a fiscalização garante que os tributos sejam devidamente arrecadados, fortalecendo a economia nacional.

Recomendação da Anatel para consumidores

A Anatel orienta os consumidores a verificar se os produtos adquiridos possuem homologação antes da compra. É possível consultar a certificação diretamente no site da agência, onde dispositivos homologados estão listados. Essa prática reduz o risco de adquirir itens não conformes e contribui para a segurança do consumidor.

Caso um produto irregular seja adquirido, o consumidor deve buscar reembolso ou substituição junto ao vendedor ou ao marketplace onde realizou a compra.

O uso da tecnologia Regulatron marca uma nova era nas ações da Anatel. A capacidade da ferramenta de identificar irregularidades de forma automatizada permite que a agência seja mais eficiente na fiscalização, mesmo diante do aumento exponencial do comércio eletrônico.

Além disso, a integração de sistemas inteligentes com operações presenciais mostra como a inovação pode ser utilizada para fortalecer a regulação e combater práticas ilegais de forma mais assertiva.

Fontes:Tecnoblog.net