O auditório da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) ficou lotado nesta sexta-feira, 05/04, durante a audiência pública “As Migrações Atuais no Sudoeste do Paraná”, promovida pela Diocese de Palmas / Francisco Beltrão e Assembleia Legislativa, com o apoio da secretaria da Justiça e Cidadania do Paraná.
No sudoeste, conforme estudo do Instituto Federal do Paraná (IFPR), apresentado durante a audiência pública pelos professores Jéssica Vescovi e Evandro Leonardi, são cerca de 50 mil migrantes, mais de 10% do total de 300 mil migrantes em todo o estado do Paraná.
Os principais países de origem dos estrangeiros presentes na região são Haiti, Venezuela, Bolívia, Paraguai, Colômbia e países da África. No Brasil, os maiores contingentes de migrantes se encontram nas cidades de São Paulo-SP (258 mil), Rio de Janeiro-RJ (75,7 mil), Curitiba-PR (49,6 mil), Chapecó-SC (30 mil) e Porto Alegre-RS (29,7 mil).
“É muito importante que nós, enquanto gestores municipais, saibamos detalhadamente como esses estrangeiros estão sendo acolhidos aqui no sudoeste. As suas necessidades, trabalho, saúde e educação para o migrante e seus eventuais familiares”, destacou o presidente da Amsop e prefeito de Pranchita, Eloir Lange.
Ainda segundo Lange, na região sudoeste os migrantes encontram mais oportunidades nos setores de frigorífico e indústria. “Em Pranchita, por exemplo, são cerca de 100 argentinos que estão inseridos no mercado de trabalho”, enumerou.
“Precisamos refletir quais são as causas da migração e suas consequências. Como devemos acolher esses migrantes enquanto Igreja e inseri-los em nossa sociedade, deixando de lado as diferenças e qualquer tipo de preconceito”, ressaltou o bispo da Diocese de Palmas / Francisco Beltrão, Dom Edgar Ertl.
Dom Edgar, ainda, elencou as ações da Diocese em prol dos estrangeiros presentes no sudoeste, como o provimento com alugueis, através da Cáritas (confederação humanitária da Igreja Católica), contatos com empresários locais para a inserção no mercado de trabalho, aulas de Língua Portuguesa nas paróquias e acompanhamento integrado das pastorais do Migrante, da Saúde e da Criança.
“São muitas as razões que estimulam essa migração. Como desastres naturais e conflitos sociais internos, mais especificamente no caso do Haiti, e situações de pobreza extrema, como na Venezuela, e guerras no Oriente Médio, África e Ucrânia”, justificou a professora Jéssica Vescovi, do Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Por fim, foi apresentado aos prefeitos e vereadores presentes um modelo de projeto de lei para a criação de conselhos municipais dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas em municípios do sudoeste.
A mesa de honra foi composta pelo presidente da Amsop e prefeito de Pranchita, Eloir Lange, prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana, deputados estaduais Wilmar Reichembach e Luciana Rafagnin, bispo da Diocese de Palmas / Francisco Beltrão, Dom Edgar Ertl, presidente da Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste do Paraná (Acamsop) e vereador de Francisco Beltrão, Tupy Prolo, representante do secretário estadual Santin Roveda (Justiça e Cidadania), Jeferson Castro, coordenadora da Pastoral do Migrante da Diocese de Palmas / Francisco Beltrão, Rosane Aparecida da Silva e a migrante haitiana Charmante Mascenat.