A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, voltou aos holofotes globais com o surgimento de uma nova variante mais virulenta e perigosa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu adotar o novo nome para a doença, em parte, para refletir sua crescente ameaça à saúde pública.
No Brasil, o surto recente de mpox já resultou em 709 casos e 16 mortes em 2024, sendo os estados de São Paulo e Rio de Janeiro os mais afetados. A situação levou o Ministério da Saúde a tomar medidas urgentes para conter a propagação do vírus e proteger a população.
Com o aumento dos casos de mpox, o Ministério da Saúde do Brasil organizou uma reunião emergencial para discutir novas recomendações e estratégias de controle. Especialistas avaliam que, embora o risco para o Brasil ainda seja considerado baixo, a vigilância contínua é crucial.
A doença, que até recentemente era considerada um problema isolado em áreas remotas da África, agora apresenta um desafio global, especialmente com a circulação de novas variantes do vírus.
O vírus monkeypox, causador da mpox, pertence à mesma família da varíola, mas é geralmente menos letal. No entanto, a recente evolução do vírus e sua capacidade de transmissão entre humanos, especialmente em ambientes urbanos, aumentam as preocupações sobre sua disseminação em países como o Brasil. A gravidade da situação é sublinhada pelos números crescentes de casos e pela necessidade de ações coordenadas para evitar uma crise de saúde pública.
Os sintomas iniciais da mpox são semelhantes aos de outras infecções virais, como febre, dores de cabeça, inchaços, dores nas costas e musculares. Após a febre diminuir, erupções cutâneas aparecem, começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, especialmente nas palmas das mãos e solas dos pés. Essas lesões cutâneas, que podem causar coceira e dor, evoluem para crostas que eventualmente caem, deixando cicatrizes em alguns casos.
A doença geralmente dura entre 14 e 21 dias, e na maioria dos casos se resolve sozinha. No entanto, complicações graves podem surgir, especialmente em crianças, gestantes e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. Em casos mais severos, a mpox pode causar pneumonia, infecções oculares graves, inflamação do cérebro e outros órgãos, levando até à morte.
A OMS alerta que, mesmo após a recuperação, é necessário manter medidas de precaução, como o uso de preservativos por 12 semanas, para evitar a transmissão residual do vírus.
A mpox é transmitida principalmente através do contato direto com uma pessoa infectada. Isso inclui relações sexuais, contato pele a pele, ou mesmo pela respiração ou conversação próxima, quando as secreções respiratórias podem ser inaladas. O vírus também pode entrar no corpo através de feridas na pele ou mucosas oral, anal e genital.
Além do contato humano, o vírus pode ser transmitido ao tocar objetos contaminados, como roupas de cama, toalhas, e outros materiais que estiveram em contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada. Animais infectados também representam um risco de transmissão, especialmente em regiões onde o contato humano-animal é mais comum. A propagação do vírus entre pessoas tem sido a principal preocupação, principalmente devido ao aumento de casos em áreas urbanas densamente povoadas.
Embora qualquer pessoa possa contrair a mpox, alguns grupos são particularmente vulneráveis. A maioria dos casos registrados até agora envolve pessoas sexualmente ativas, especialmente homens que fazem sexo com homens. Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais têm um risco significativamente maior de contrair a doença. Além disso, profissionais de saúde e familiares de pessoas infectadas também estão em risco, devido à proximidade necessária para cuidados.
A OMS e o Ministério da Saúde recomendam medidas preventivas rigorosas, incluindo evitar contato próximo com pessoas infectadas e manter uma higiene rigorosa, como lavar as mãos com frequência. Para aqueles que contraíram a doença, o isolamento até a cura completa das lesões é essencial para evitar a propagação. A vacinação também é uma ferramenta crucial na prevenção da mpox, especialmente para aqueles em grupos de risco e para profissionais de saúde que estão na linha de frente.
Atualmente, não existe um tratamento específico amplamente aprovado para a mpox, mas algumas terapias desenvolvidas para a varíola comum têm sido usadas com sucesso. A principal estratégia de controle do surto tem sido a vacinação de grupos de risco e de pessoas que tiveram contato próximo com infectados. Existem três vacinas disponíveis, mas a imunização em massa ainda não é recomendada pela OMS devido à necessidade de mais estudos para confirmar sua eficácia contra as novas variantes do vírus.
Recentemente, a OMS solicitou estudos mais amplos sobre as vacinas para garantir que possam ser utilizadas em emergências futuras. Esses estudos são essenciais para compreender melhor como as vacinas existentes podem ser adaptadas para combater novas cepas do vírus e para determinar a melhor estratégia de imunização em diferentes contextos epidemiológicos.
O Brasil, como um dos países mais afetados pelo surto recente, tem um papel importante na resposta global à mpox. A colaboração com a OMS e outras instituições internacionais é fundamental para monitorar a evolução da doença e para desenvolver e implementar estratégias eficazes de controle. O Ministério da Saúde tem atuado de forma proativa, mas a situação exige vigilância contínua e a capacidade de adaptar as respostas conforme o cenário evolui.
Além das medidas de saúde pública, a educação da população sobre a doença, seus riscos e formas de prevenção é crucial. Campanhas de conscientização podem ajudar a reduzir o estigma associado à mpox e garantir que as pessoas busquem tratamento e isolamento rapidamente, caso apresentem sintomas.