Alunos que esfaquearam professora no RS teriam quebrado câmeras antes do ataque

Mãe de um dos alunos envolvidos havia sido notificada pela escola por conta de “comportamentos agressivos” um dia antes do ataque

Os três alunos adolescentes envolvidos no esfaqueamento de uma professora do 7º ano em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul (RS), teriam quebrado as câmeras de vigilância da escola antes do ataque, segundo a polícia.

O caso ocorreu no início da tarde de terça-feira (1°). Até o momento, não há detalhes sobre a participação de cada um deles na agressão, feita quando a professora virou de costas para entregar um livro a outro estudante.

O crime aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental João de Zorzi. Os três adolescentes — uma menina de 13 anos e dois meninos de 14 e 15 anos já foram apreendidos pela Brigada Militar no final da tarde desta terça-feira. Após a agressão, eles teriam fugido da escola.

No início da noite, a adolescente foi liberada após prestar depoimento. O delegado regional de Caxias do Sul, Augusto Cavalheiro, informou que a menina não teria participado diretamente do esfaqueamento da professora. Ainda assim, o inquérito deve investigar o envolvimento dela na ação. Os outros dois adolescentes seguem apreendidos pela Polícia Civil.

Mãe de um dos alunos envolvidos havia sido notificada pela escola por conta de "comportamentos agressivos" um dia antes do ataque

“Retaliação”

A mãe de um deles, inclusive, havia sido notificada pela escola um dia antes do ataque por conta do mau comportamento do menino, de acordo com o vice-prefeito de Caxias do Sul, Edson Néspolo.

— A mãe do adolescente esteve na escola e foi notificada de atos agressivos do aluno. Acho que foi um pouco de retaliação, infelizmente contra uma professora que não tinha praticamente nada a ver com isso. Ele se vingou da primeira pessoa que encontrou — disse o vice-prefeito.

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De acordo com o diretor da instituição, Jeferson Carvalho, os alunos chegaram à escola como de costume e seguiram para as aulas. O crime aconteceu às 13h30, ou seja, quando elas praticamente haviam acabado de começar.

Jeferson soube que tinha algo errado quando um grupo de alunos passou correndo e gritando pela sala de direção. Foi quando ele soube que acontecia algo na sala do sétimo ano e, ao chegar no local, encontrou a professora esfaqueada pelos alunos.

— Ela estava sentada, não tinha entendido o que acontecido. Sequer entendeu que tinha sido ferida. Como ela sangrou bastante, eu tentei estancar o sangue nas partes que vi, mais nas mãos e na cabeça. Na sequência chegou o pessoal da UBS (Unidade Básica de Saúde) e depois Samu e bombeiros — relatou à GZH.

A educadora contou ao diretor que ministrava a aula normalmente. O ataque pelas costas ocorreu quando ela se virou para entregar um livro a outro aluno. Ela foi encaminhada para atendimento médico no Hospital da Unimed pelo Samu. O quadro é estável, e ela não corre o risco de morrer, conforme a Secretaria Municipal de Educação

— Ela está bem, mas inconformada com o que aconteceu, porque essa situação poderia ter acontecido com qualquer um, até mesmo um colega. É um fato isolado que causou muito impacto — disse o diretor.

Após o ataque, outros alunos saíram correndo da sala, assustados. Profissionais da UBS que estiveram no local falaram de estudantes desesperadas, que diziam: “mataram a ‘profe’”

“Premeditado”

O delegado diz que as informações preliminares indicam que o ataque foi premeditado, mas isso só poderá ser confirmado pelo inquérito. Os pais dos adolescentes já foram localizados e também serão ouvidos.

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O que diz a Secretaria Municipal da Educação

Às 15h desta terça-feira, a Secretaria Municipal da Educação emitiu uma nota que dizia que os alunos envolvidos já vinham sendo acompanhados pela escola. Leia na íntegra:

“A Secretaria Municipal da Educação (Smed) informa que está dando todo suporte à comunidade escolar diante do ocorrido nesta terça-feira (01.04) na EMEF João de Zorzi.

Neste momento a preocupação é com o bem-estar de estudantes e professores. A Smed informa ainda que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir o acolhimento dos envolvidos.

O diretor administrativo da Smed, André da Silveira, acompanhado pelas equipes Psicossocial e Cipave, está na escola prestando atendimento aos profissionais da escola e aos estudantes.

Os alunos envolvidos no episódio já vinham sendo acompanhados pela escola, e, após o ocorrido, a equipe da Smed seguirá monitorando a situação e providenciando os encaminhamentos necessários.”

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