Alpinista voluntário resgatou corpo Juliana Marins no Monte Rinjani

O alpinista indonésio Agam passou a madrugada segurando o corpo Juliana Marins em penhasco íngreme, enfrentando frio e perigo, e recusou ajuda financeira

No Monte Rinjani, na Indonésia, um gesto de coragem e solidariedade ganhou destaque e tocou o coração de milhares de brasileiros. Agam, alpinista e guia local experiente, tornou-se um verdadeiro herói ao liderar, de forma totalmente voluntária, o resgate do corpo da jovem brasileira Juliana Marins, que infelizmente perdeu a vida após uma queda durante uma trilha.

Sem esperar nada em troca, Agam e um grupo de voluntários enfrentaram um terreno inóspito, marcado por penhascos de quase 600 metros, frio intenso e condições climáticas adversas que tornaram a missão ainda mais desafiadora.

Após a localização da vítima, Agam, passou a madrugada segurando o corpo de Juliana, impedindo que escorregasse mais, enquanto aguardava o amanhecer para que o resgate pudesse ser concluído com segurança.

Durante uma entrevista, Agam contou como foi a madrugada que passou no desfiladeiro aguardando amanhecer para que o corpo dela pudesse ser içado. “Passamos a noite à beira de um penhasco de 590 metros com Juliana, usando âncoras para não descer mais 300 metros”, afirmou. “Estava muito, muito frio.”

Agam alcançou o ponto onde o corpo estava quando o dia já tinha escurecido. No início, ao se voluntariar para o resgate, Agam declarou que só sairia do local quando a jovem também saísse.

A dedicação de Agam foi tamanha que, mesmo diante da tristeza pelo desfecho, ele permaneceu firme, compartilhando cada momento nas redes sociais e emocionando milhares de pessoas.

A operação de resgate foi marcada por desafios extremos. Agam e outro guia, Tyo, ambos experientes alpinistas, enfrentaram visibilidade ruim, terreno escorregadio e frio intenso durante toda a madrugada. Eles usaram âncoras para garantir a segurança e evitar que o corpo de Juliana descesse ainda mais pelo penhasco. Foram cerca de 15 horas de trabalho até que o corpo fosse finalmente içado e levado ao hospital.

Esse gesto voluntário e corajoso destaca a importância do trabalho de guias locais, que conhecem profundamente o terreno e são essenciais em operações de resgate em ambientes tão difíceis. Além disso, mostra como a solidariedade e o espírito humano podem brilhar mesmo nas situações mais desafiadoras, inspirando pessoas no Brasil e no mundo.

Sua transmissão ao vivo reuniu uma enxurrada de elogios, com palavras como “herói”, “guerreiro” e “forte” dominando os comentários, e conquistou mais de 665 mil seguidores em poucas horas.

Inicialmente, Agam recusou qualquer ajuda financeira, afirmando que seu trabalho era feito de coração. No entanto, sensibilizado pelo apoio, ele decidiu aceitar doações para dividir com os colegas voluntários que participaram do resgate e também para investir em projetos de reflorestamento nas montanhas da Indonésia, mostrando que seu compromisso vai além do resgate — ele também se preocupa com a preservação da natureza.

Agam recebeu o reconhecimento não só dos brasileiros, mas também da comunidade local, que o chama de “combatente humanitário”. Seu trabalho voluntário se destaca em meio às críticas sobre a estrutura oficial de resgate, evidenciando que, muitas vezes, são as iniciativas individuais que fazem a diferença.

Mais do que um resgate, Agam realizou um ato de amor, humanidade e respeito à vida. Seu compromisso, coragem e generosidade transformaram uma tragédia em um símbolo de esperança e união entre povos. O Brasil agradece a esse verdadeiro herói anônimo, que arriscou a própria vida para garantir dignidade e cuidado em um momento tão difícil.

Corpo da brasileira Juliana Marins é resgatado de penhasco na Indonésia

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