A Assembleia Legislativa promoveu, nesta quarta-feira (21), uma audiência pública para debater a participação de atletas de outros estados nas competições organizadas pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e fortalecer as modalidades esportivas locais.
A proposta surgiu diante do aumento da participação de atletas de fora, especialmente nas competições como a Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc), os Joguinhos Abertos e os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Atualmente, essas competições permitem a inscrição de atletas de fora, o que, segundo o deputado Mauro De Nadal (MDB), pode prejudicar o desenvolvimento dos atletas catarinenses.
O deputado explicou que a presença de atletas de outras regiões compromete a valorização dos atletas locais e desestimula a formação de novos talentos. De Nadal também mencionou a recente aprovação do projeto de lei de sua autoria, que restringe a participação de atletas de vôlei de praia vinculados a federações fora de Santa Catarina nas competições da Fesporte.
O deputado Fernando Krelling (MDB) apontou a falta de continuidade nas políticas esportivas do estado, destacando a instabilidade na presidência da Fesporte, que já teve oito presidentes nos últimos cinco anos.
Ele sugeriu que qualquer medida restritiva em relação à participação de atletas de fora deve ser acompanhada por investimentos consistentes no esporte local. Krelling enfatizou que o esporte catarinense está em crescimento, mas a continuidade dos projetos e o investimento nos atletas jovens são essenciais.
Atletas e representantes de federações esportivas também expressaram preocupações sobre a presença de atletas de fora. O técnico Fabrício de Souza, da Federação de Karatê de Santa Catarina, afirmou que essa situação desestimula os atletas locais, especialmente os mais jovens, que enfrentam dificuldades para conciliar os treinos com a rotina de trabalho e estudo.
Souza ressaltou a importância de investir em talentos locais, citando o exemplo de Douglas Brose, tricampeão mundial de karatê, revelado em Florianópolis.
Carlos Camargo, da Federação Brasileira de Esportes Aquáticos, também criticou a participação de atletas de fora sem vínculo com os municípios que representam. Ele destacou o impacto negativo dessa prática no desenvolvimento de novos atletas, como o caso de uma nadadora de Joinville que, apesar de ter sido convocada para a seleção brasileira, representa o Minas Tênis Clube de Belo Horizonte.
Atualmente, o regulamento permite a inscrição de atletas de fora em diversas modalidades, com limites específicos para cada uma. As competições continuam a atrair mais atletas e, conforme anunciado por Jeferson Ramos Batista, presidente da Fesporte, R$ 100 milhões serão investidos na área esportiva de Santa Catarina.
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