Alesc promove ação do Outubro Rosa com reconstrução gratuita de aréolas para mulheres mastectomizadas em parceria com o Projeto Traços do Bem.
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), por meio da Bancada Feminina, está promovendo ao longo do Outubro Rosa uma ação voltada ao acolhimento e à valorização da autoestima de mulheres que venceram o câncer de mama. A iniciativa, que une solidariedade e técnica, é realizada em parceria com o Projeto Traços do Bem e oferece gratuitamente a reconstrução e harmonização de aréolas para mulheres mastectomizadas. Trata-se de um gesto simbólico, mas de grande impacto emocional, que ajuda a resgatar a autoconfiança e a sensação de completude após o tratamento oncológico.
O trabalho é conduzido de forma voluntária por Tatiany Barão, servidora da Consultoria Legislativa da Alesc. Formada em Técnico de Enfermagem, Estética e Administração, e atualmente estudante de Biomedicina, Tatiany atua com micropigmentação paramédica — técnica semelhante à tatuagem 3D que recria de maneira realista a aparência da aréola. O procedimento combina precisão técnica e sensibilidade artística, exigindo um olhar cuidadoso sobre cada detalhe da anatomia feminina para garantir naturalidade e harmonia estética.
Segundo Tatiany, o desejo de atuar como voluntária surgiu ao perceber o poder transformador da micropigmentação paramédica na autoestima das pacientes. “Quando conheci essa técnica, percebi o impacto que ela tem na vida das mulheres. Sempre quis fazer algo pelo próximo e encontrei nessa área uma forma concreta de contribuir”, afirmou. A servidora destaca que, muitas vezes, o procedimento simboliza o fechamento de um ciclo doloroso, permitindo que as mulheres se vejam novamente como antes da doença.
A ação pretende beneficiar até 30 mulheres de diferentes regiões de Santa Catarina que se enquadrem nos critérios médicos estabelecidos. As inscrições são recebidas pela Bancada Feminina da Alesc, responsável por realizar a triagem e encaminhar os casos para avaliação médica e posterior agendamento do procedimento. Cada participante passará por uma análise prévia, com base em fotos enviadas, e a micropigmentação só será feita mediante liberação médica.
A reconstrução é realizada com pigmentos específicos, aplicados de forma precisa para redesenhar a aréola e criar um efeito tridimensional natural. Embora o procedimento não substitua completamente a estrutura original, o resultado é esteticamente satisfatório e contribui de forma significativa para a recuperação da autoimagem e da autoestima. O trabalho exige sensibilidade, técnica e empatia — características que Tatiany considera essenciais para lidar com mulheres que enfrentaram uma jornada marcada por cirurgias, tratamentos e superação.
Dependendo das condições da pele e da cicatrização de cada paciente, pode haver necessidade de retoque após cerca de um ano. Mesmo assim, a maioria das mulheres já sente uma transformação imediata. “Elas se emocionam ao se olharem no espelho e se reconhecerem novamente. É um momento de cura emocional que vai muito além da estética”, explica Tatiany.
A Bancada Feminina da Alesc reforça que o projeto é uma oportunidade de unir saúde, solidariedade e empatia em um gesto concreto de valorização da mulher. A ação integra as atividades do Outubro Rosa, campanha mundial de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Em Santa Catarina, o movimento ganha força com ações que buscam não apenas informar, mas também acolher e empoderar as mulheres em todas as etapas do enfrentamento da doença.
Com a colaboração de Fabrício Escandiuzzi.
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