Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), publicada na prestigiada revista The Lancet Regional Health Americas, revelou que 80% dos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil são diagnosticados em estágio avançado. O estudo analisou 145 mil casos entre 2000 e 2017 e destacou como fatores como baixa escolaridade, desigualdade regional e hábitos de risco contribuem para o diagnóstico tardio.
Os tumores abrangem regiões como boca, orofaringe, hipofaringe e laringe, com maior ocorrência em homens fumantes e consumidores de álcool. A região Norte apresenta os maiores índices de diagnósticos tardios, evidenciando a carência de acesso à saúde.
Segundo a epidemiologista Flávia Nascimento de Carvalho, responsável pelo estudo, o foco deve ser a agilidade no acesso a consultas e exames, especialmente via atenção primária. “A burocracia precisa ser reduzida para salvar vidas”, afirmou.
Sinais como feridas que não cicatrizam, rouquidão persistente e nódulos precisam ser levados a sério. Com diagnóstico precoce, as chances de cura podem chegar a 90%. O caso do ex-presidente Lula, que superou um câncer de laringe em 2011, é um exemplo de sucesso devido ao tratamento imediato.
Os 10 melhores vinhos brancos da América do Sul
Os 30 melhores livros de suspense e mistério que vão te deixar sem fôlego
O estudo reforça a importância de campanhas de prevenção e maior integração no sistema de saúde para reduzir desigualdades e salvar vidas.