Alça em jarro de barro de 4 mil anos em forma de cobra chama a atenção dos arqueólogos

Em uma descoberta que ilumina as profundezas da história e da cultura do Neolítico no Leste Asiático, arqueólogos da Universidade Nacional de Tsing Hua, em Taiwan, fizeram um achado excepcional durante escavações na cidade de Taoyuan.

Uma maçaneta de cerâmica, datando de aproximadamente 4.000 anos atrás e adornada com a forma de uma naja, foi desenterrada em um sítio arqueológico localizado em uma duna de areia na costa noroeste de Taiwan. Este objeto não só destaca a habilidade artística dos povos neolíticos mas também oferece insights significativos sobre o simbolismo e as práticas religiosas da época.

A estranha descoberta

Durante uma escavação meticulosa em 2023, pesquisadores da Universidade Nacional de Tsing Hua se depararam com uma peça de cerâmica excepcional: uma maçaneta em forma de naja. Este artefato foi encontrado em um local que se acredita ter sido um centro vital para a fabricação de ferramentas de pedra durante o período Neolítico.

pote naja

A análise de radiocarbono confirmou a idade do artefato em 4.000 anos, colocando-o firmemente dentro do contexto histórico do Neolítico. A maçaneta, caracterizada pela representação detalhada de uma naja com o corpo superior levantado e o capuz achatado, sugere não apenas um avançado nível de habilidade artística mas também profundas camadas de significado simbólico.

O simbolismo das serpentes

A presença da naja neste artefato é particularmente significativa, dada a importância das serpentes em muitas tradições religiosas e culturais ao redor do mundo, especialmente nas culturas do Leste Asiático. Hung-Lin Chiu, professor associado do Instituto de Antropologia da Universidade de Tsing Hua, destaca que as serpentes são frequentemente vistas como animais simbólicos, atuando como pontes entre o céu e a humanidade.

A forma específica da maçaneta, associada a uma naja, e o contexto de sua descoberta sugerem que ela pode ter sido parte de um recipiente utilizado em rituais de sacrifício. Tais práticas seriam realizadas por xamãs nas antigas sociedades tribais, indicando um papel central da espiritualidade e da religião na vida cotidiana e nas práticas comunitárias do Neolítico.

Implicações da descoberta

Esta descoberta fornece uma janela valiosa para as crenças e práticas das sociedades neolíticas em Taiwan e, por extensão, no Leste Asiático. Ela sublinha a complexidade das expressões artísticas e religiosas desses povos antigos, bem como a importância dos símbolos naturais, como a naja, em suas vidas.

O achado abre novas avenidas para pesquisas futuras, prometendo aprofundar nosso entendimento das conexões entre arte, religião e sociedade no Neolítico. Arqueólogos e historiadores estão ansiosos por explorar ainda mais o sítio e outros locais semelhantes, na esperança de descobrir mais artefatos que possam iluminar as práticas culturais e espirituais dessas antigas comunidades.

A descoberta de uma maçaneta neolítica em forma de naja por arqueólogos em Taiwan é um lembrete fascinante da riqueza da história humana e da complexidade das culturas passadas. Este artefato não apenas destaca a habilidade e criatividade dos povos do Neolítico mas também serve como um portal para compreender as crenças e rituais que moldaram suas vidas. À medida que continuamos a desvendar os mistérios do passado, cada descoberta como essa nos aproxima um pouco mais de compreender a tapeçaria intricada da história humana.